Megaeventos e o esporte a serviço do mercado
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Atualizada em
09/05/14 17h35m
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Cultura na Sedufsm debate o tema na próxima segunda, 12 de maio
Para compreender os megaeventos esportivos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas é preciso entender o avançado grau de mercantilização do esporte na contemporaneidade, destaca a professora Adriana Penna, do curso de Pedagogia da Universidade Federal Fluminense (UFF), campus de Santo Antônio de Pádua. Ela é uma das participantes da 63ª edição do Cultura na Sedufsm – ‘Megaeventos esportivos, olhares críticos’-, que acontece na segunda, 12 de maio, às 19h, na sede do sindicato.
Participam junto com Adriana na mesa de discussões, Claudia Favaro, arquiteta e urbanista, do Comitê Popular da Copa, em Porto Alegre, e Guilherme Gil, professor da rede estadual da capital gaúcha. A coordenação será de Antonio Schmitz Filho, professor do curso de Educação Física da UFSM.
A questão de fundo, que embasará os argumentos de Adriana Penna durante o debate, é que, ao se integrar às transformações da base econômica do sistema capitalista, o esporte vem extrapolando a sua função histórica, que era de “oferecer” ao homem o remédio ideal para os males da sociedade industrial e a esperança de superar desigualdades sociais. Inserido nesse tipo de lógica, o esporte passa a favorecer as megacorporações nacionais e internacionais.
E para atender a demanda dessas corporações, que estão por trás dos megaeventos (Fifa, no caso do futebol, e COI, no caso das Olimpíadas), diversas imposições são feitas, inclusive aprovando leis que desrespeitam direitos da população. E o exemplo maior, conforme a professora, é a reestruturação jurídico-administrativa efetivada pelo estado brasileiro. Esse novo aparato legal em curso, pelo menos desde 2009, busca justificar o modelo de reurbanização imposto às cidades sedes dos megaeventos no Brasil.
Esse novo quadro de leis, conforme Adriana Penna, garante entre outros aspectos, a interdição dos Direitos Humanos, bem como a privação dos direitos à moradia minimamente digna. Ela explica que “garantir a criação desse quadro de excepcionalidades representou o primeiro passo para que a o Rio de Janeiro fosse enquadrado às exigências da FIFA e do COI”.
Interesses da Fifa e do COI
Adriana chama a atenção, porém, em relação ao fato de que este processo de criação de um novo quadro jurídico e institucional não é uma especificidade do Brasil. Tampouco é exclusividade da cidade do Rio de Janeiro que também irá sediar as Olimpíadas 2016, ou das cidades brasileiras que sediaram a Copa das Confederações 2013, além das 12 cidades que sediarão a Copa do Mundo 2014. Segundo ela, é um tipo de compromisso assumido por todos os países que se submetem aos interesses da FIFA e do COI.
O aprofundamento desses argumentos da professora Adriana Penna acontecerão no Cultura na Sedufsm de segunda, 12 de maio, no debate junto com os demais convidados. O evento no auditório da Sedufsm (André Marques, 665, tem entrada franca).
Texto: Fritz R. Nunes
Imagem: J. Adams Propaganda
Assessoria de imprensa da Sedufsm