Universidades usam contêineres como sala de aula e laboratório
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Atualizada em
28/01/15 18h45m
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Situação da UFRB e Unifesp escancara falta de orçamento das universidades públicas
Na Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diversas salas de aula e laboratórios migraram para dentro de contêineres. Enquanto na primeira a instalação dessas estruturas foi recente – tendo ocorrido no último sábado, 24 -, na segunda, a perspectiva já se arrasta desde 2012. Além dos óbvios problemas de estrutura trazidos para o desenvolvimento de ações de ensino, pesquisa e extensão em contêineres, a utilização dessas armações provisórias coloca na ordem do dia o debate sobre precarização do trabalho docente.
Segundo a Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (Apur – Seção Sindical do ANDES-SN), a ação de instalar contêineres para suprir a demanda de salas de aula é preocupante. A utilização de estruturas provisórias deixa claros os problemas orçamentários enfrentados pelas universidades federais. É o que diz, também, o 1º vice-presidente da Regional RS do ANDES-SN, Giovanni Frizzo, ressaltando que, com o recente corte orçamentário de R$ 7 bilhões no orçamento do Ministério da Educação (MEC), situações como a de uso de contêineres na UFRB e na Unifesp podem se espalhar pelas universidades no país. “Com esses cortes é possível que a estratégia de uso de contêineres se espalhe, e não apenas como uma medida paliativa”, diz Frizzo.
Na Unifesp, especificamente no campus de Diadema, o problema data de 2012, quando a universidade gastou mais de um milhão de reais para comprar 11 contêineres. Somente no final de 2014 as ligações elétricas necessárias para o funcionamento destes foram realizadas, e, nesse momento, apenas três estão em funcionamento. Hoje, os contêineres ficam espalhados no pátio do campus e funcionam como laboratórios. A falta de estrutura física para realização de pesquisa na universidade gera outro problema: não há sequer espaço para guardar os equipamentos necessários para os laboratórios, que são deixados, encaixotados, nos corredores da unidade.
“É mais um sintoma da precarização das condições de trabalho e estudo nas universidades, algo que o ANDES-SN vem denunciando há anos. Essa questão foi uma de nossas principais pautas na greve das universidades federais em 2012, mas foi ignorada pelo governo”, afirma Frizzo. Além de UFRB e Unifesp, outras universidades, como a Universidade Federal Fluminense (UFF), também têm recorrido às “salas de lata” como alternativa à falta de estrutura e orçamento necessários para a manutenção das atividades acadêmicas.
Clique para acessar o dossiê do ANDES-SN sobre a precarização das condições de trabalho nas universidades: parte I e parte II.
Fonte: ANDES-SN
Foto: Apur-Ssind
Edição: Bruna Homrich
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM