Sedufsm critica manifesto da Andifes SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 21/12/15 16h34m
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Entidade dos reitores lançou documento contra impeachment de Dilma

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Na sessão do Conselho Universitário da última sexta, 18, o reitor da UFSM, Paulo Burmann, ressaltou que havia participado no dia anterior da reunião do pleno da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais (Andifes), quando foi divulgado o “Manifesto em Defesa da Democracia e do Estado Direito”. No documento, a Andifes “repudia” o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Nesta segunda, 21, a Sedufsm divulgou uma nota (“A subserviência da Andifes e o sofisma de um manifesto pela democracia”) com críticas ao posicionamento da Andifes. Para a seção sindical, a Associação dos Reitores tem se colocado como um “braço gestor da política governista para enterrar a autonomia e a luta democrática dentro das universidades públicas, em troca da sustentação dos espaços locais e fisiológicos de poder”. Leia abaixo, a íntegra da nota da Sedufsm. E para acessar o conteúdo do manifesto da Andifes, clique aqui.

“A SUBSERVIÊNCIA DA ANDIFES E O SOFISMA DE UM MANIFESTO PELA DEMOCRACIA

Na quinta-feira 17, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES) mais uma vez toma para si a tarefa de defender não apenas as políticas de governo, como a própria governante, lançando um “Manifesto em Defesa da Democracia e do Estado de Direito”, onde exaltam “o sacrifício daqueles que lutaram para que a sociedade pudesse exercer a democracia conquistada a partir da Constituição de 1988”. Paradoxalmente, são estes mesmos atores defendidos pelos reitores (o governo Dilma com os partidos da base aliada), os principais responsáveis pela destruição dos valores republicanos conquistados na referida Constituição, seja na proposta de modificação dela (como no caso da proposta de modificação do artigo 206, que garante a gratuidade da educação pública em todos os níveis), seja no seu descumprimento (como no caso do artigo 207, que garante a autonomia das universidades, a qual é sistematicamente desrespeitada pela política de governo).

Ao aliar-se às políticas privatizantes que ameaçam a manutenção de uma universidade verdadeiramente pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada, a ANDIFES não tem expressado nenhum tipo de aproximação com as lutas políticas pela democratização da educação pública brasileira, tal como procura expressar o manifesto. Pelo contrário, esta instituição tem voluntariamente se colocado como um braço gestor da política governista para enterrar a autonomia e a luta democrática dentro das universidades públicas, em troca da sustentação dos espaços locais e fisiológicos de poder.

Foi com este mesmo objetivo que 54 reitores de universidades públicas brasileiras assinaram uma carta de apoio à reeleição de Dilma Rousseff há pouco mais de um ano, afirmando, à época, que “o governo petista ficará marcado como o período que mais se investiu em educação”. Antes mesmo de encerrar o primeiro ano deste segundo mandato, a profecia dos reitores já se realizou pelo avesso, marcando a atual presidente como a que mais cortes promoveu na educação pública brasileira. Sem condições morais para a realização do devido balanço crítico do erro cometido, os reitores utilizam a sua instituição máxima de representação para protagonizar um patético ensaio de apoio a um governo que prima pelo descaso com a universidade pública.

Os trabalhadores da educação, em especial aqueles comprometidos com a defesa de um projeto autônomo de universidade, não devem cometer o engano de tomar partido dentro de uma disputa de hegemonia entre setores distintos da burguesia, por que nenhum destes setores é capaz de garantir as condições necessárias para a construção de um projeto democrático e soberano para a universidade brasileira.  Entendemos que a defesa que fazem determinados setores da classe trabalhadora pela manutenção do governo Dilma/PT, responsável direto pelos constantes e graves ataques à universidade pública e ao serviço público federal, representa um equívoco destes setores no atrelamento ao projeto burguês que governa há mais de uma década o Estado brasileiro a serviço dos interesses do grande capital, representado pelos bancos, empreiteiras, montadoras de automóveis e empresas multinacionais, incluindo às do setor da educação.

Por outro lado, o projeto sinalizado pela oposição burguesa de direita que busca construir “uma ponte para o futuro” por meio do impeachment da presidente Dilma, não representa nenhuma mudança em relação à destruição em curso das universidades públicas. Pelo contrário, é tão somente a reedição e o aprofundamento de um corolário político neoliberal que causou graves prejuízos à consolidação do ensino superior público deste país nas décadas de 80 e 90.

Portanto, temos a clareza de que a defesa da universidade pública hoje, não passa nem pela manutenção do atual governo, nem pela sua destituição por cúmplices de um projeto burguês mais amplo. Antes disso, a luta pela universidade pública passa pela defesa de princípios inegociáveis que devem referenciá-la dentro de um projeto de cidadania voltado para a emancipação da classe trabalhadora e o desenvolvimento cultural da nação. Neste projeto, infelizmente, a ANDIFES e outras instituições liberais do mundo acadêmico, não parecem ser parceiras.”

Texto: Fritz R. Nunes

Foto: Andifes

Assessoria de imprensa da Sedufsm

 

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