Vigilantes da UFSM protestam contra demissões
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Atualizada em
11/04/17 10h29m
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Enxugamento levou a cortes de 34 postos de trabalho e 62 demissões
O feriado de páscoa não será nada agradável para 62 vigilantes da UFSM que já estão cumprindo aviso prévio. A constatação é de Luís Airton Correa Lucas, presidente do Sindicato dos Vigilantes de Santa Maria e vice-presidente da Federação dos Vigilantes do Rio Grande do Sul. Lucas, como é mais conhecido, coordenou o protesto contra a redução do número de vigilantes, no início da manhã desta terça 11, na entrada do campus da UFSM, em Santa Maria. Junto com ele, além de diretores do sindicato, diversos trabalhadores e trabalhadoras que foram demitidos pela empresa Sulclean, além de moradores e moradoras da Casa do Estudante e militantes do coletivo Alicerce.
A motivação das demissões é a necessidade de enxugar gastos com os serviços terceirizados que atendem à UFSM. Em entrevista à Rádio Universidade, na segunda-feira, o reitor, professor Paulo Burmann, informou que a partir de maio, até o final do ano, a instituição precisa reduzir R$ 3 milhões apenas com o setor de vigilância. Contudo, mesmo com essa economia, em caso de confirmação da supressão de 20% no orçamento das Instituições Federais de Ensino, a diminuição com os custos da vigilância não será suficiente. A atual gestão da UFSM já estuda novos cortes, como por exemplo, no serviço terceirizado de limpeza, explicaram os pró-reitores de Planejamento, Frank Casado, e de Administração, José Carlos Segalla, em entrevista concedida à assessoria de imprensa da Sedufsm.
No depoimento à Sedufsm (você poderá ler mais sobre isso ainda hoje no site), os pró-reitores procuraram frisar que a segurança no campus não será prejudicada. Segalla argumentou que o novo sistema de vigilância eletrônica monitorada, instalado por enquanto, apenas no campus de Santa Maria, é bastante moderno e vai auxiliar o trabalho dos vigilantes em postos fixos e também em viaturas que dão apoio. O sistema foi implantado pela empresa Viggilare e custará R$ 120 mil ao mês, valor pouco acima do contrato anterior, de R$ 95 mil.
O pró-reitor Segalla disse que ainda está sendo feito um mapeamento completo da vigilância, não apenas em Santa Maria, mas também nos demais campi da UFSM, e que a redução de postos de trabalho deve ficar entre 30 e 34. Dos atuais 100 postos de trabalho de vigilância, a universidade ficaria com 70 ou na pior das hipóteses, 66, número superior aos 55 que existiam em 2014. A gestão da instituição aposta na vigilância eletrônica como uma forma de compensar a perda dos postos fixos de vigilantes.
Equívoco
E se a Administração da UFSM avalia que ainda não pode dar o número exato de postos de trabalho que serão reduzidos, o dirigente do Sindicato dos Vigilantes afirma de forma convicta que serão 34, levando à demissão de 62 vigilantes. O número constava, inclusive, no pequeno panfleto distribuído aos motoristas e transeuntes que chegavam na manhã desta terça no campus de Camobi. Luís Correa Lucas é incisivo ao dizer que a decisão da reitoria é equivocada. Para o sindicalista, que já trabalhou na instituição durante 11 anos, a vigilância eletrônica não substitui de forma eficaz os trabalhadores. Para ele, o tempo vai mostrar que o campus vai ficar mais inseguro após essa medida da gestão.
Extensões da UFSM
A maioria dos postos de vigilância que serão suprimidos fica em Santa Maria, o que não significa que os campi deixarão de ser afetados. O pró-reitor de Administração explica que Palmeira das Missões, Frederico Westphalen, Cachoeira do Sul e Silveira Martins, deverão perder um posto de trabalho cada. Quanto à instalação dos equipamentos mais modernos de vigilância eletrônica nesses locais, a UFSM ainda está fazendo o estudo sobre a viabilidade financeira. Contudo, tanto Segalla quanto Frank Casado garantem que, em caso de necessidade, podem ser revistas algumas dessas alterações no setor de vigilância.
Números desencontrados
O número de 62 demissões não é o mesmo apresentado pela empresa Sulclean. Em matéria publicada nesta terça 11, no jornal Diário de Santa Maria, o representante da empresa, Humberto Tombesi, fala em 68 demitidos. Na mesma reportagem, Tombesi já adianta que haverá redução do número de postos de portaria, funções terceirizadas cumpridas pela Sul Clean. Ao Diário, o pró-reitor Segalla admitiu que os postos de portaria devem cair de 40 para 30, o que deve gerar a demissão de 20 pessoas.
Texto e fotos: Fritz R. Nunes
Assessoria de imprensa da Sedufsm