Professores veem com cautela Brasil ser sexta economia SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 27/12/11 20h08m
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Governo admite que Europa tem melhor desenvolvimento social

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Brasil, potência econômica de mais de 11 milhões de favelados

O jornal inglês “The Guardian” divulgou nesta segunda (26) estudos realizados por economistas daquele país, através do qual o Brasil passou a ser a sexta economia do mundo, superando a da própria Inglaterra. Apesar de a notícia ter sido fortemente alardeada no Brasil, ela em nada muda a vida dos mais pobres, avalia o professor de Economia da UFSM, Ricardo Rondinel. Segundo ele, o fato concreto é que a moeda brasileira (Real) está valorizada, o que permite, por exemplo, que os importadores façam bons negócios, e que a classe média viaje mais para o exterior.

Já para os segmentos mais empobrecidos, destaca o professor, de pouco adianta essa ascensão do país em termos de colocação econômica. Rondinel analisa que o Brasil, para realmente ser uma potência, precisa investir mais em ciência e tecnologia, e também em inovação. “O Brasil somente será potência se investir em educação, em ciência e tecnologia, se apoiar as cadeias produtivas que agregam valor”, frisa o economista.

É preciso melhorar as condições de emprego e isso só vai acontecer se houver apoio à agricultura familiar, criando mercado interno e aumentando a renda interna, analisa. Rondinel também afirma: “Não precisamos de mais automóveis, mas sim de Educação Pública e Gratuita, Saúde Preventiva”. Diz também que existe uma concepção de que “tecnologia se compra, mas ela deveria ser produzida no país, copiando apenas o que é de bom existente no exterior”.

O professor de Economia lembra ainda que, o fato de o câmbio brasileiro estar apreciado faz com que os produtos brasileiros não tenham condições de competir com os produtos chineses. Segundo Ricardo Rondinel, o Brasil, assim como outros países da América Latina, passa por um ciclo de expansão no qual os termos do intercâmbio (preços das importações em relação aos preços das exportações) entre 2000 e 2010 melhoraram em 25%. Mais isto se restringe às matérias primas: soja, minério de ferro, cobre, alimentos em geral, demandados pelos países asiáticos.

Explicação

Uma das explicações para o Brasil ter ultrapassado a Inglaterra se refere à questão da moeda que, conforme Rondinel deve ser vista com cautela. O câmbio entre a Libra Esterlina e o Real entre 2000 e 2005 apresentou uma apreciação real de 3,9%. Entre 2005 e 2010 a apreciação continuou e foi maior: 55,5%. Quando uma moeda se aprecia, o Produto Interno Bruto (PIB) expresso em moeda estrangeira aumenta. Essa é a principal explicação, garante o professor.

Corroborando isso, o fato de que o crescimento do PIB brasileiro, entre 2005 e 2010 foi de 4,7% ao ano, enquanto o da Inglaterra foi de apenas 0,3% anual. Sendo assim, crescimento maior e valorização maior do real resultam em um PIB maior em dólares, o que justifica que o país tenha superado a Inglaterra, que vive uma crise histórica.

O diretor da SEDUFSM e professor do curso de Economia da UFSM, Sérgio Prieb, também coloca um pé atrás em relação ao que é propagandeado sobre o “Brasil potência”. Na análise de Prieb, é preciso contextualizar o tema: em primeiro lugar, o fato se dá em meio a uma crise sem precedentes nos países europeus. E, se o Brasil está em ascensão na atual conjuntura, também é fato que outras economias também se sobressaem, como é o caso de Rússia, China e Índia.

Conforme o professor, se o governo realmente acredita nessa história de Brasil super potência, poderia ao menos começar a resolver demandas básicas da população brasileira com a saúde pública, dar solução para os 11,4 milhões de favelados que vivem no país, e por que não, conceder reajustes anuais aos vencimentos dos funcionários públicos federais, conforme prevê a Constituição, enfatizou.

Admissão

Parece que o próprio governo admite que a referência feita por estudo de economistas ingleses merece ser relativizada. Ontem (segunda-feira) mesmo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, conforme matéria eletrônica do “Estadão” ressaltou que o Brasil levará pelo menos 20 anos para alcançar um padrão de vida europeu.

Ao comentar o estudo do Centro de Pesquisa para Economia e Negócios (CEBR, em inglês), que aponta o Brasil como a sexta maior economia do mundo, à frente do Reino Unido, o ministro afirmou que o Brasil vai consolidar essa posição porque continuará crescendo mais do que outros países em razão de a crise internacional afetar mais as economias avançadas.

Mantega disse que o País ainda precisa investir mais nas áreas social e econômica. "Isso significa que nós vamos ter continuar crescendo mais do que esses países, aumentar o emprego e a renda da população. Nós temos um grande desafio pela frente", disse Mantega. "Mas a boa notícia é que nós estamos nessa direção e caminhando a passos largos para que o Brasil, num futuro próximo, seja um país melhor", afirmou, em nota à imprensa.

Texto: Fritz R. Nunes com informações do Estadao.com.br
Foto: Band.com.br
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM

 

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