População indígena no RS cai 15% em uma década
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18/04/12 14h15m
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Dados são apresentados pelo IBGE na véspera do Dia do Índio
Na véspera da data em que é lembrado o Dia do Índio (19 de abril), dados divulgados demonstram que a situação dessas etnias é preocupante. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de índios que vivem no Rio Grande do Sul diminuiu em quase seis mil em 10 anos. A população indígena, que era de 38.718 em 2000, caiu para 32.989, em 2010, o que representa uma queda de 15,03%, de acordo com o IBGE. Os números confirmam as palavras do cacique kaingang do acampamento de Santa Maria, Natanael Claudino, de que não há nada a se comemorar no dia 19 de abril e que a data deve ser um momento de reflexão.
Os dados apresentados pelo IBGE são preliminares, fazem parte do Censo 2010 e foram divulgados na manhã desta quarta-feira. São 5.729 indígenas a menos no Estado. As pessoas que se autodeclararam índios no levantamento do IBGE representam 0,53% da população gaúcha, que era de 10,7 milhões em 2010. O número de indígenas que vivem em Porto Alegre também diminuiu de 6.356, em 2000, para 3.308, em 2010. No período, houve diminuição na população de índios que vive em cidades, enquanto houve crescimento no campo.
No total, os índios que vivem no RS representam 4,03% do total de índios do Brasil. Ao todo, 817 mil pessoas se autodeclararam indígenas no Censo 2010, o que representa 0,4% da população nacional. Houve um crescimento no período 2000/2010 de 11,4% (84 mil pessoas). O aumento, entretanto, é bem menos expressivo do que observado no do período 1991/2000, que foi de aproximadamente 150% (440 mil pessoas).
Não foram alvo da pesquisa os povos indígenas brasileiros considerados "índios isolados". Segundo o Censo de 1991, em 34,5% dos municípios brasileiros residia pelo menos um indígena autodeclarado. No Censo de 2000, esse percentual cresceu para 63,5% e, de acordo com o Censo 2010, chegou a 80,5% dos municípios brasileiros.
Área urbana
Os resultados do Censo 2010 revelaram, em relação a 2000, um ritmo de crescimento anual de 1,1% para a população indígena. Na área urbana, o incremento foi negativo, correspondendo a uma redução de 68 mil pessoas, a maioria proveniente da região Sudeste. As pessoas que deixaram de se classificar como indígenas na área urbana podem não ter afinidade com seu povo de origem.
Mesmo com evidências de que os povos indígenas estivessem experimentando crescimento acelerado em função de altas taxas de fecundidade, os dados censitários de 2000 superaram as expectativas, com um ritmo de crescimento anual de 10,8% no período 1991/2000. Esse fato reflete o aumento do número de pessoas que, em 1991, se identificaram em outras categorias e que, em 2000, passaram a se identificar como indígenas.
SEDUFSM
O presidente da SEDUFSM, professor Rondon de Castro, considera os números preocupantes. “Os dados demonstram que políticas públicas para os indígenas ainda carecem de se tornar realidade. É preciso combater o preconceito a esses grupos étnicos e, para isso, é importante que toda a sociedade se una para reverter o processo de invisibilidade a que esses povos, verdadeiros donos da nossa terra, estão submetidos”.
Texto: Fritz R. Nunes com informações de Zero Hora
Foto: Arquivo da SEDUFSM
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM