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Domingos de sol e generosidades

20/08/2012

Luiz Carlos Nascimento da Rosa
Professor aposentado do departamento de Metodologia do Ensino do CE

Domingo silencioso e morno, onde o sol pungente, lá fora, transmite sua luminosidade e o calor de seus magníficos raios adentra o espaço onde trabalho e, assim, conforta-me e convoca meus pensamentos para que adentre em reflexões líricas e pense sobre o mundo de nossas salutares afetividades. Domingo não é dia de ficar prostrado em um sofá curtindo melancolia e vivendo em estado de lassidão, isto sim, é dia revisitar nosso infinito mundo de ideias, organizar nossos botões e gavetas e projetar a vida para o futuro do raiar de um novo dia. Domingo é dia de passar a vida a limpo e refletir sobre o como estamos agindo na vida. Neste ensolarado e agradável domingo de um mês de julho, ao pensar na vida, duas questões surgiram em minhas agitadas ideias: nas turbulências de uma vida cotidiana vivida sob a égide de individualismos transloucados e competições desenfreadas, onde estarão escondidas o universo de generosidades que são tão importantes para a nossa condição humana? É possível ser generoso quando vivemos asfixiados pelos ditames do consumo e, de uma sociedade que quer nos fazer crer que somos meros consumidores? Parece-me que estamos perdendo nossa capacidade de sermos afetivos e temos vergonha de sermos generosos. Angustiados, ranzinza, mal humorado e brigão representa-me que é o novo modus operandis do ser humano e a nova ordem do dia. O mais triste, de tudo isso, é que estamos vivificando esse comportamento em todas as instâncias de nossas vidas. Subsumidos pela lógica do Capital e seu ideário liberal materializamos a lógica da competitividade. Para que possamos ter mais coisas do mundo material, sermos mais eficientes e mais produtivos, infelizmente, nós competimos. Na teoria das duas almas, no conto “O Espelho”, Machado de Assis diz que: nossa alma exterior ao viver, intensamente, o mundo das convenções sociais perde aquilo que somos, verdadeiramente, em nossa alma interior. Perdemos nossa essência. Em tempos de exacerbação da competitividade, para se viver bem numa sociedade que torna tudo um fetiche, objeto de troca e mercadoria; não existe mais espaço e nem tempo para a existência de seres humanos amorosos e generosos. Para resgatar esta dimensão lírica da vida e recuperarmos nossas sanidades, em domingos ensolarados, chuvosos ou frios devemos fazer a viagem em busca de nossa verdadeira alma interior. Como diria o poeta Lawrence: quem procura o amor não acha, pois só os amorosos encontram o amor. Para termos sanidade mental e vivermos uma vida mais agradável, feliz e digna decretemos: vamos ter mais tempo para amenidades e vamos ser mais generosos. (Publicado em A Razão de 20.08.2012)


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