Governo sucateia hospitais que não aderiram à Ebserh SVG: calendario Publicada em 29/10/15
SVG: atualizacao Atualizada em 29/10/15 16h26m
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HUs da UFRJ e da UFF têm dificuldade de atendimento e dívidas se acumulam

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Hospital Clementino Fraga Filho, da UFRJ, enfrenta problemas pela falta de recursos

Dois dos maiores hospitais universitários do país, e que por mobilização das comunidades envolvidas, não foram cedidos para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), sofrem as consequências disso através do repasse minguado de recursos do governo federal e o consequente sucateamento. As duas instituições são o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, conhecido como Hospital do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e o Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap), da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Coincidência ou não, os dois hospitais ganharam recentemente as manchetes dos jornais por conta de sérios problemas orçamentários que enfrentam, após a série de cortes realizados pelo governo federal em nome do ajuste fiscal. O Hospital do Fundão quase ficou sem comida para seus pacientes por conta de uma dívida entre a universidade e a empresa terceirizada de alimentação, em cerca de R$1,6 milhão.

Na quinta, 22 de outubro, a empresa anunciou que, caso não houvesse pagamento, deixaria de servir as refeições a partir da segunda, 26 de outubro. A UFRJ, no entanto, regularizou a situação temporariamente, e as refeições seguem sendo servidas. A instituição ainda tem dívidas acumuladas em R$ 12 milhões de reais com a empresa fornecedora da alimentação.

Já o Huap, da UFF, teve que interromper a realização de cirurgias eletivas até o dia 3 de novembro. A direção do hospital enviou documento ao Ministério Público Federal, no qual relata a falta de insumos, como desabastecimento de materiais médico-hospitalares para pacientes internados. Além disso, faltam materiais para procedimentos de apoio diagnóstico e terapêutico. O hospital teve que recorrer a empréstimos de materiais e medicamentos para realizar cirurgias.

Não à privatização

Renata Vereza, presidente da Associação dos Docentes da UFF (Aduff – Seção Sindical do ANDES-SN), afirma que o sindicato está acompanhando o processo de precarização do hospital, e que a alternativa aos problemas financeiros vividos não pode ser a privatização por meio da Ebserh. “A alternativa para má gestão é a boa gestão, e não a privatização. Há quem tente se aproveitar desse momento de crise para tentar implementar a Ebserh, mas os docentes, servidores e estudantes se manterão firmes na luta contra a privatização dos hospitais universitários”, diz.

Na manhã do último dia 28, a comunidade acadêmica da UFF realizou manifestação no Conselho Universitário (CUV) contra o fechamento e a privatização do Huap. Na próxima quinta, 5 de novembro, será realizado ato, com a mesma reivindicação, em frente ao hospital e, no dia 9, haverá uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Niterói para discutir o tema.

Origens da Ebserh

Há anos os Hospitais Universitários (HU) federais sofrem com precarização e falta de recursos, que atingem diretamente a população atendida e também a qualidade do aprendizado dos estudantes da área da saúde. A solução apresentada pelo governo federal no último dia de 2010 (ainda no governo Lula) foi privatizá-los por meio da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), o que gerou grande resistência das comunidades acadêmicas. Muitas universidades aderiram à Ebserh, algumas delas de maneira completamente antidemocrática, por meio de “canetaços” de seus reitores. Na UFSM, a adesão à Ebserh se deu através de um “ad referendum” do reitor da época (2013), Felipe Müller.

Fonte: ANDES-SN

Foto: Divulgação

Edição: Fritz R. Nunes (Sedufsm)

 

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