Assentamento Madre Terra pode perder única unidade escolar da comunidade
Publicada em
15/02/17
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As turmas devem ser extintas atendendo à política de cortes e austeridade do governo estadual.

Moradores do Assentamento Madre Terra, situado na zona rural de São Gabriel, entregaram ontem, dia 14, ao Ministério Público do Rio Grande do Sul um documento que denuncia a intenção do governo do estado de fechar a única unidade escolar que atende às famílias da localidade. Apesar de responder à 19ª Coordenadoria de Educação, situada em Santana do Livramento, Madre Terra fica dentro da comarca de Santa Maria, por isso, estudantes e familiares realizarão um protesto, no dia 21 deste mês, às 10 horas da manhã, em frente à sede do MP-RS, reivindicando a manutenção da unidade escolar no assentamento.
Segundo o documento enviado ao MP, o local fica distante 80 quilômetros da cidade de São Gabriel, contando com pouquíssima infraestrutura, sem abastecimento de água tratada, sem posto de saúde, sinal de celular e com estradas de acesso precárias. Até 2014, as famílias lá residentes não tinham sequer a unidade escolar hoje em risco de fechamento. Segundo Felipe Biernaski, residente do Madre Terra, antes da instalação as crianças tinham que caminhar 7 quilômetros para chegar até um ponto de ônibus, por onde passava o transporte para a escola mais próxima, a 30 quilômetros do assentamento. “Quando vinha a época de chuvas, devido a precariedade das estradas, as crianças chegavam a ficar até dois meses sem aulas” afirma Felipe, que conclui:“Se esta unidade escolar fechar, vai ser mais um direito básico negado às crianças do Madre Terra”.
A unidade escolar está vinculada à Escola Estadual Ataliba Rodrigues das Chagas, da cidade de São Gabriel, e oferece ensino fundamental a 20 alunos, contando com uma professora nomeada pelo estado e residente no assentamento, além de veículo e motorista para o transporte dos estudantes. Os moradores alegam, baseados nessa estrutura, que a escola é viável e indispensável para a comunidade, que está em fase de crescimento. Por isso, os assentados reivindicam a manutenção da Unidade, bem como do serviço de transporte. Faltando três semanas para o início do ano letivo, a situação é muito preocupante. Um evento no Facebook foi criado para mobilizar pessoas interessadas em participarem do protesto do dia 21 contra o fechamento da Unidade Escolar do Assentamento Madre Terra e pedindo a intercedência do Ministério Público no caso. Você pode acessar o evento clicando aqui.
texto: Ivan Lautert da Silva
foto: Revista O Viés
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