Governo Temer tira recursos da ciência e assusta pesquisadores SVG: calendario Publicada em 07/04/17
SVG: atualizacao Atualizada em 07/04/17 16h40m
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Presidente da ABC diz que corte orçamentário é uma “bomba lançada na ciência brasileira”

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Não foi apenas o corte de R$ 4,2 bilhões na pasta da educação, anunciado na sexta, dia 31, que assustou. No meio científico, a indignação também é grande. Conforme publicou o site da Associação Brasileira de Ciências (ABC), pesquisadores de todo o país ficaram horrorizados com o tamanho da subtração de recursos proporcionada pela área econômico do governo Michel Temer. Conforme os números divulgados pela ABC, o corte para a área de ciência e tecnologia atinge quase metade do total orçamentário, correspondendo a 44%. O presidente da ABC, Luiz Davidovich, que é da área de Física, afirmou que o novo orçamento imposto pelo governo “é uma bomba atômica lançada na ciência brasileira”.

Conforme os números da Associação, o corte de 44% no Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, fará com que a pasta tenha o menor orçamento em 12 anos. O governo havia prometido um total de R$ 5 bilhões no orçamento em 2017, porém, a partir desse enxugamento forçado, a verba total ficará em R$ 2,8 bilhões, o que representa um corte de R$ 2,2 bilhões.

Apesar das alegações do governo federal, de que os cortes, que atingem todas as áreas, alcançando um total de R$ 42 bilhões do orçamento federal, são necessários para equilibrar as contas, os pesquisadores rebatem que a ciência brasileira já perdeu muito nos últimos anos em função das políticas de ajuste fiscal. Conforme nota publicada no site da ABC, desde 2014 houve uma série de cortes no orçamento que significou o cancelamento do programa que permitia que estudantes brasileiros passassem um período em universidades no exterior (Ciências sem Fronteiras). O número de artigos científicos de pesquisadores publicados no Brasil também diminui, de acordo com uma estimativa preliminar de 2016 apontada pela Associação Brasileira de Ciências.

Luiz Davidovich alerta que os cortes prejudicarão a pesquisa e o desenvolvimento pelas próximas décadas. "Se estivéssemos em uma guerra, poderiam pensar que isto é uma estratégia de um governo estrangeiro para destruir nosso país. Mas, na verdade, somos nós fazendo isso conosco", comentou.

Sidarta Ribeiro, diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal, no Brasil, tem visão similar a de Davidovich. Para ele, a política de cortes nos recursos científicos representa “uma atitude de guerra contra o futuro do Brasil. Cientistas vão deixar o país." Ele cita o caso de Suzana Herculano-Houzel, a renomada neurocientista que fechou seu laboratório em 2016 e deixou o Brasil para ir para os Estados Unidos. "Se eu não tivesse recursos estrangeiros para pesquisa, eu estaria fechando também", acrescenta.

Fonte: ABC (www.abc.org.br)

Ilustração: Clauber Sousa

Edição: Fritz R. Nunes (Sedufsm)

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