Ações de interação da Sedufsm com docentes serão replicadas fora da sede SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 13/04/22 17h34m
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Tenda de acolhimento do sindicato foi encerrada às 18h desta quarta-feira, 13, no campus de Santa Maria

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Defesa do reajuste e da universidade pública estiveram dentre as pautas dialogadas com docentes

As atividades que ocorreram desde segunda, 11, até esta quarta, 13 de abril, com a presença física de diretores (as) e funcionários (as) no campus da UFSM, em Camobi, objetivaram uma interação entre a Sedufsm e a categoria docente. Após três dias consecutivos em Santa Maria, essas atividades terão sequência nos campi da UFSM (Frederico Westphalen, Palmeira das Missões e Cachoeira do Sul). A agenda dessas ações será divulgada nos próximos dias.

Para a diretoria da Sedufsm, esse tipo de iniciativa da seção sindical, após dois anos de ausência na presencialidade devido à pandemia de Covid-19, é de extrema importância, pois traz a entidade para os espaços de trabalho da categoria.

Durante esses três dias, a Sedufsm esteve presente no campus desde às 8h até às 18h, com uma tenda armada em frente ao Centro de Ciências Naturais e Exatas (CCNE). Diretores (as) e funcionários (as) dialogaram não apenas com professores (as), mas com os demais segmentos, sobre a importância de defender a universidade.

No caso específico das e dos docentes, a conversa também incluiu a campanha salarial 2022, cuja reivindicação principal é a recomposição salarial de 19,99% para todas as categorias do funcionalismo público federal, além da luta contra o projeto de reforma administrativa (PEC 32) e a lei do teto de gastos.

Na tenda da Sedufsm eram encontradas máscaras Pff2 (contra a covid-19), material impresso sobre a PEC 32 e sobre o trabalho da Sedufsm, carteirinhas da Unimed para filiados (as), além de fichas de sindicalização para docentes interessados (as).

No final da tarde da última terça, 12, segundo dia do trabalho da seção sindical no campus, houve a visita, dentre outros (as), da vice-reitora, professora Martha Adaime. Em sua passada pela atividade da Sedufsm, a dirigente da universidade aproveitou para assinar a sua ficha de sindicalização.

Levar a Sedufsm para onde as professoras e professores exercem suas atividades e passam boa parte de seu dia – o campus da universidade – propicia um diálogo mais orgânico, que transcende as instâncias tradicionais do sindicato, assumindo, por vezes, um tom informal que facilita a comunicação, a afetividade e o conhecimento, por parte da seção sindical, das demandas cotidianas da categoria.

A avaliação acima é da professora Laura Fonseca, presidenta da Sedufsm, que, ao fim dos três dias de acolhimento, avalia muito positivamente a atividade, confirma que esta será replicada, daqui a poucas semanas, nos demais campi da UFSM, e projeta outras ações similares no decorrer deste ano.

“A Sedufsm tem de estar onde estão as e os docentes, onde está a vida da universidade. Nesses três dias de acolhimento e mobilização a partir da nossa presença aqui na UFSM, foi bastante significativa a participação e envolvimento de todos e todas que vieram aqui na tenda. Foi uma oportunidade para filiações, para falarmos mais sobre o sindicato e sobre as pautas importantes para nós, como a defesa do reajuste salarial e das condições de trabalho, mas também para falarmos de questões e demandas que estão presentes na vida dos e das docentes, mas que muitas vezes não nos chegam pela via tradicional. Aqui houve essa oportunidade. Valeu muito a pena. Temos de repetir essa experiência ao longo de 2022”, avalia Laura.

Reajuste é demanda concreta

A dirigente da Sedufsm ainda comentou um pouco a respeito de uma das principais pautas que estruturam a campanha salarial 2022 do funcionalismo público: o reajuste de 19,99% a todas as categorias. Laura recorda que o último reajuste obtido pela categoria docente foi há cinco anos, ainda no governo de Dilma Rousseff, contudo se tratou de um ajuste nos níveis da carreira, sendo distribuído de forma não linear e parcelada. Então, na verdade, as servidoras e servidores acumulam quase uma década de defasagem salarial.

“A pauta do reajuste dialoga com a realidade cotidiana e imediata de qualquer servidora e servidor público. Docentes não estão fora desse universo. Sentimos a inflação e as perdas, afinal temos filhos/as, família, escolas, demandas, andamos na cidade, pagamos aluguel ou financiamento habitacional. Nós estamos na sociedade, e não à parte dela.  O que conseguimos unificar na pauta dos/as servidores/as públicos/as foi um reajuste médio (19,99%), que levou em conta o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado até o mês em que disparamos a mobilização nacional, porque se fôssemos acrescentar o IPCA de março e de abril, esse reajuste seria maior. Então o reajuste já está defasado porque estamos em um processo de inflação muito acelerado”, comenta a presidenta da Sedufsm.

Mas não foi só sobre o reajuste que a seção sindical dialogou com a categoria durante sua estadia no campus. A defesa da universidade, da ciência e da vida, estampada na camiseta confeccionada pela entidade, também constituiu eixo central de debate. Laura explica que a defesa do reajuste e da universidade são duas reivindicações intimamente entrelaçadas, visto que as e os docentes estão entre os principais produtores do conhecimento advindo da universidade e indispensável à proteção da vida. E, para produzirem ciência, necessitam de terem incentivo e valorização.

“Nós, na universidade, produzimos conhecimento e ciência, e conhecimento e ciência estão muito precarizados. Já a relação da universidade e da ciência com a vida é direta. Esse período de pandemia é exemplar... o que seria da vida não fosse a rapidez da ciência? Não fossem as descobertas e pesquisas científicas, estaríamos num cenário de muito mais mortes no planeta e de um prejuízo econômico e social maior que o que tivemos. A ciência feita nas universidades foi fundamental para a garantia da vida, e se articula totalmente com o incentivo que nós, pesquisadores(as) e docentes, precisamos ter. Nós precisamos ter remunerações e atrativos para entrar na universidade”, pondera a dirigente.

Laura ainda comenta sobre as distorções da carreira docente, que penalizam tanto o/a docente recém ingressante, quanto o/a docente que, após 16 anos de exercício, atinge a classe de titular.

Ao e à docente que recém entrou na carreira, o baixo salário não expressa atratividade; e ao e à docente que chega ao topo, a situação também não é favorável, visto que, caso este(a) chegue ao topo com 50 anos, terá de trabalhar mais diversos anos dentro da mesma classe e, por consequência, dependendo exclusivamente dos reajustes salariais concedidos pelos governos.

“Hoje, um professor ou professora que há cinco anos alcançou o topo, está pior remunerado, porque houve a Reforma da Previdência nesse período. Então ele ganha menos do que ganhava há cinco anos, tendo em vista que estamos há cinco anos sem reajuste”, diz Laura, referindo-se ao achatamento remuneratório que a reforma acarretou no contracheque e na vida dos e das docentes.

Texto: Bruna Homrich

Fotos: Bruna Homrich e Fritz Nunes

Assessoria de Imprensa da Sedufsm

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