Projeto da UFSM cativa comunidade para a música SVG: calendario Publicada em 10/06/22
SVG: atualizacao Atualizada em 10/06/22 17h58m
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Oficina de Música completou 30 anos e já passou por diversas cidades do RS e do Brasil

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Projeto tem sido levado a diversas escolas e comunidades

Oscar Daniel Morales, professor do departamento de Música da UFSM, coordenador do projeto de extensão “Oficina de Música”, relata que certa vez, durante o transcurso de um recital no ambiente da Oncologia do Hospital Universitário (Husm), uma senhora que era paciente, disse a ele: “Sempre quando estou no aguardo dos procedimentos, estou com pressa para ser chamada e poder me afastar daqui. Hoje, a presença e as músicas de vocês fizeram com que eu quisesse que não fosse chamada tão brevemente. Queria seguir ouvindo essas músicas e vendo essa gurizada trabalhar”. Para Morales, ouvir uma frase como essa “vale todo o esforço e superação de todas as dificuldades que enfrentamos”.

Nesta sexta, 10, publicaremos a quinta reportagem sobre projetos da UFSM, seja na área de pesquisa ou de extensão, que impactam fortemente para a população de Santa Maria e da região. Além da de hoje, na última sexta (3 de junho), publicamos uma matéria sobre o ‘Projeto Zelo’, em 13 de maio inauguramos com o tema “Pró-Saúde”, passando ainda no dia 20 de maio com a reportagem “A educação inspirando vidas” e no dia 27 de maio com o “Observatório de Vigilância Alimentar e Nutricional”.

O projeto ‘Oficina de Música da UFSM’ objetiva, conforme explica Daniel Morales, elaborar e construir conhecimentos sobre a musicalidade popular latino-americana, o que se dá através da pesquisa, identificação e trabalho dos valores culturais que a envolvem. O embrião dessa proposta, conta o docente, ocorreu no ano de 1991, quando do encontro de reitores de universidades do cone sul, pela Associação de Universidades do Grupo de Montevidéu.

Morales rememora: “Antonio Carlos Machado, chefe do gabinete do reitor Tabajara me convidou para que, com um grupo de alunos, pudesse fazer um breve recital durante o almoço que aconteceu no restaurante ‘Redondo, no Parque de Exposições da UFSM.” E complementa: “Esse foi o primeiro recital do grupo e início do que logo depois se transformou em Projeto de Extensão, com o nome de ‘Oficina de Música Popular Latinoamericana da UFSM’. Segundo ele, desde então, mais de uma centena de alunos, professores e técnico-administrativos, passou pela Oficina.

Processo educativo amplo

O coordenador do projeto detalha como funcionam as oficinas. Nos inúmeros recitais e oficinas, diz Morales (foto abaixo, ao piano), trabalhamos com exemplos de gêneros musicais latino-americanos: milongas, chamamés, tangos, sambas, entre outros estilos. De que forma isso é feito? “Não ficamos somente na interpretação das composições. Cada uma delas é apresentada dizendo o nome dos compositores, sua nacionalidade. Tentamos contextualizar em tempo e espaço cada uma delas”, enfatiza.

Quando o projeto é levado às escolas, a metodologia usada com alunos e professores objetiva que as composições possam ser interpretadas em letra e música, utilizando os conhecimentos dos participantes, sejam acadêmicos ou da comunidade, destaca Morales. Conforme o docente, é dessa forma que a Oficina também acaba propiciando que seja criado um espaço pedagógico de “aprender fazendo”.

Legado de 30 anos

O projeto ‘Oficina de Música da UFSM’ já passou por diversos locais em Santa Maria. Conforme Daniel Morales, durante muito tempo trabalharam no antigo Lar Metodista, que se localizava no bairro Chácara das Flores. Mas, a proposta já foi muito além, plantando sementinhas nos diversos locais em que passou.

Para o coordenador, um dos grandes legados desse projeto é a “formação de alunos licenciados, que são professores e músicos hoje espalhados por muitos e nos mais variados setores, seja no Estado ou no restante do país. E ele cita como exemplo, o grupo dos Novos Cachoeiranos (foto abaixo), o grupo de Santo Amaro, ambos da Bahia, que são projetos da Universidade Federal do Recôncavo Baiano. O detalhe é que são processos musicais similares aos da Oficina da UFSM e coordenados pelo professor Sólon Mendes, que foi integrante da Oficina da instituição de Santa Maria.

Questionado sobre os motivos que levam a que muitas prefeituras, escolas municipais, convidem os integrantes do projeto a participar de atividades nessas localidade4s, Morales diz que “acredita que é a possibilidade de motivar a comunidade ao desenvolvimento da sua musicalidade, ressaltando os valores locais”.

O futuro

Perguntado sobre que tipo de recursos existem para esse projeto, o professor Oscar Morales ressalta que, durante algum tempo, os alunos (as) integrantes da Oficina receberam bolsas. Atualmente, nada de bolsas. “Todos que participam são voluntários (e voluntárias)”, afirma Morales.

O período de pandemia foi bem complicado para a manutenção do grupo, explica o coordenador. Por isso, agora estão em fase de retomada do trabalho, inclusive no que se refere a pensar uma programação para comemorar os 30 anos de atividades. “Ainda estamos no planejamento desses momentos, entre os quais se encontra a ideia de um recital no campus, com convidados especiais, da comunidade externa e também de ex-oficinistas”, frisa.

Apesar de ser coordenador do projeto desde que ele iniciou, Daniel Morales comenta que, ao longo do tempo, tem compartilhado a coordenação do trabalho com outros colegas e com cada aluno e aluna que integram o grupo. O professor referencia um dos alunos que atua na oficina, chamado Gabriel Zeppe, que devido a compromissos acadêmicos, não conseguiu dar um depoimento à reportagem.

No entanto, Morales usa uma citação do estudante para definir o que sente em relação ao projeto. “O Gabriel diz que a oficina é uma ideologia. Eu acredito esta é uma boa definição do nosso trabalho, que está baseado no diálogo e na valorização dos aspectos culturais de cada um dos integrantes do grupo. Valorizamos o diálogo com todos os setores da sociedade”, finaliza.

Mais fotos abaixo, em anexo.

Texto: Fritz R. Nunes
Fotos: Arquivo pessoal, Youtube e UFRB
Assessoria de imprensa da Sedufsm

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