Relembrando a obra transgressora de Rita Lee SVG: calendario Publicada em 02/06/23
SVG: atualizacao Atualizada em 02/06/23 11h45m
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Professor Gérson Werlang e a discografia da rainha do rock brasileiro

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Rita Lee & Tutti Frutti, em 1978

Sextou! Nesta sexta, 2 de junho, a dica cultural fica por conta do professor Gérson Werlang, do departamento de Música da UFSM. Ele relembra as principais fases da cantora Rita Lee (Jones de Carvalho), falecida no último dia 8 de maio, aos 75 anos. Conhecida como a ‘rainha do rock brasileiro’, Rita Lee vendeu ao longo de sua carreira, mais de 55 milhões de discos, sendo considerada a artista brasileira mais bem-sucedida em vendas.

Para além de ser uma campeã em vendagem, Rita Lee é tida como uma das mais influentes musicistas do Brasil, sendo referência não apenas no talento musical, mas também quando se pensa em costumes, tendo em vista suas músicas irreverentes e transgressoras. Fique com a dica, abaixo.

Rita Lee, uma discografia pessoal

Um guia breve da obra da Rita Lee não é algo assim tão simples de se fazer. Em primeiro lugar, uma discografia resumida da cantora significa tentar abranger uma obra produzida num tempo muito amplo, dada a sua atuação, que remonta aos anos 1960. Em segundo lugar, ao tentar algo do gênero é comum que se faça pelas preferências pessoais e se deixe de fora canções que são importantes para alguém, que foram especiais em algum momento da vida de uma ou outra pessoa.

Mas não tem problema, correrei o risco.

A carreira de Rita pode ser dividida em pelo menos cinco fases. A primeira é, naturalmente, o seu início com ‘Os Mutantes’. Dessa fase, riquíssima, poderia se destacar muita coisa, mas sua voz se confunde com a personalidade dos outros membros do grupo, principalmente os irmãos Baptista, que decidiam muito do que acontecia no âmbito do grupo. Para Rita, segundo ela mesma, algumas canções foram fundamentais, tanto que ela continuaria tocando-as, mesmo que esporadicamente, por toda a sua carreira. Aí se destacam “Top, top”, de Jardim Elétrico, o quarto disco dos Mutantes; “Ando meio desligado”, do terceiro; e “2001”, do primeiro álbum da banda, parceria dela com Tom Zé, e sua primeira composição dentro da banda.

A segunda fase é a dos anos 1970, pós-Mutantes, junto ao Tutti Frutti. É minha fase predileta, recheada de canções que se tornaram clássicos, e outras desconhecidas, que para mim também são clássicos que se esqueceram de acontecer. Destaco as óbvias “Ovelha negra” e “Agora só falta você”, do disco Fruto Proibido (1975); as menos conhecidas “Coisas da vida” e “Departamento de criação”, de Entradas e bandeiras (1976); e “Jardins da Babilônia” e “O futuro me absolve”, de Babilônia (1978), derradeiro álbum dela com os Tuttis.

Da fase seguinte, a terceira, que começa logo após a dissolução da parceria com o Tutti Frutti, destaco canções dos primeiros discos dela com Roberto de Carvalho. São clássicos instantâneos- “Mania de você”, “Chega mais” e “Arrombou a festa II”, de Rita Lee (1979); “Lança perfume” e “Nem luxo, nem lixo”, de Rita Lee (1980); e “Saúde”, do disco homônimo, de 1981. A partir daí, aos poucos os álbuns se tornam irregulares, decaindo muito no todo, o que não impede de haver neles pérolas escondidas, ou ao menos canções que têm a virtude de falar a um público específico, resgatando a verve irreverente da década anterior.

No início dos anos 90, Rita volta a assinar os discos apenas com seu nome, deixando de lado a assinatura como dupla, a indefectível “Rita e Roberto” dos anos 1980. Há mesmo um rompimento momentâneo com o marido e parceiro. Desse momento, destaca-se o álbum Bossa ’n’ roll, de 1991, cuja turnê passou por Santa Maria, inclusive, com um bonito show no Farrezão.

Da última fase, destaco seu álbum de versões de músicas dos Beatles, Aqui, ali, em qualquer lugar, de 2001. E por aqui termino, que já me alonguei demais. São preferências pessoais, mas que dão um bom retrato da carreira da cantora. Vida longa à sua obra!”.

Gérson Werlang

Professor do departamento de Música da UFSM.

Autor de ‘Rita Lee & Tutti Frutti. Santa Maria, maio de 1978’, pela editora Memorabilia.

 

Imagens:Facebook e arquivo pessoal
Edição: Fritz R. Nunes (Sedufsm)

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