Um romance para refletir o Brasil dos anos 60 para cá SVG: calendario Publicada em
SVG: atualizacao Atualizada em 15/12/23 11h22m
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Vitor Biasoli fala das qualidades de “Aqueles anos (sem dourados)”, livro mais recente de Orlando Fonseca

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Nesta sexta, 15 de dezembro, a dica cultural é do professor aposentado do departamento de História da UFSM, também escritor, Vitor Biasoli. A sugestão dele é a leitura do livro recém lançado do professor aposentado do curso de Letras da UFSM, também conhecido escritor santa-mariense, Orlando Fonseca. “Aqueles anos (sem dourados)” é o terceiro romance para adultos lançado por Fonseca, em uma parceria entre Rede Sina (Santa Maria) e Editora Bestiário (Porto Alegre).

Em pouco mais de 200 páginas, Orlando Fonseca apresenta, a partir da história do estudante secundarista gaúcho Rogério, um pouco da história política do Brasil dos anos 1960, com repercussões até os dias atuais. “Uma metáfora do nosso tempo”, conceitua Biasoli. A publicação, que pode ser encontrada no site da Editora Bestiário por 68 reais, terá um segundo lançamento, em Santa Maria, nesta sexta, 15 de dezembro, às 19h, no Bar da Casa. Confira a dica de Biasoli a seguir.
 

“Aqueles anos (sem dourados) é o terceiro romance para público adulto escrito por Orlando Fonseca, publicado pela parceria entre a Rede Sina (Santa Maria) e a Editora Bestiário (Porto Alegre). Uma narrativa ambientada no início da década de 1960, principalmente nos anos que antecedem ao Golpe Militar de 64, um tempo marcado pelo surgimento de tendências culturais modernas do ponto de vista estético e, muitas vezes, engajadas politicamente.

O personagem principal, Rogério, é um secundarista de General Netto (cidade fictícia do interior do Rio Grande do Sul) que encarna com determinação e otimismo esses novos ideais político-culturais e sonha com um Brasil democrático e culturalmente mais enraizado na sua realidade socioeconômica. Ao mesmo tempo, ele enfrenta conflitos com a namorada e com os pais (estes, em processo de separação).

Rogério se divide entre essas diferentes dimensões da vida, reflete a respeito delas (o que propicia uma narrativa rica em informações políticas e culturais a respeito do período) assim como se posiciona politicamente no campo progressista (o que vai determinar a sua vida).

A trajetória de um jovem otimista – que pode ser lida como uma metáfora do nosso tempo, marcado pelo questionamento da Constituição de 1988 (marco institucional de governos de esquerda moderada, como os de Lula e Dilma), o avanço da extrema-direita e a derrota dos projetos e ilusões do campo progressista. Um melancólico sinal de alerta a respeito da fragilidade dos nossos sonhos.”


Vitor Biasoli
Professor aposentado de História da UFSM e escritor.

 

Imagens: Arquivo pessoal e arquivo/Sedufsm
Edição: Fritz R. Nunes (Sedufsm)

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