Campanha de financiamento da Escolinha Comunitária Ocupação Vila Resistência
Publicada em
16/02/24
Atualizada em
16/02/24 12h02m
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Projeto busca apoio para concretizar sonho de uma educação sensível, diversa e antirracista
A Escolinha Comunitária Ocupação Vila Resistência surge como uma esperança para a construção de uma educação sensível, diversa e antirracista. Com o objetivo de formar sujeitos autônomos, questionadores e humanos, o espaço destina-se a crianças e adultos da comunidade e redondezas, buscando fortalecer suas coletividades e oferecer novas perspectivas de vida para as crianças pobres e periféricas.
A trajetória da Escolinha Comunitária teve início em 2019, em uma estrutura precária de 3x4m, construída a partir de retalhos e sobras de materiais. A iniciativa começou com uma turma de reforço escolar, visando fortalecer o aprendizado das crianças da comunidade, que muitas vezes enfrentam dificuldades devido à pobreza e à falta de tempo para estudar em casa. Com a pandemia, a demanda cresceu, levando à construção de uma nova estrutura de 9x9m.
No entanto, a falta de apoio financeiro impediu a conclusão da obra. A estrutura planejada inclui uma sala ampla para aulas e oficinas, uma biblioteca popular com acesso à internet, uma cozinha comunitária para refeições durante os encontros e dois banheiros. A intenção é não apenas oferecer educação, mas também promover um espaço de acolhimento, afeto e cuidado. Para isso, criou uma campanha de financiamento (ver abaixo)
A artista visual, moradora e membra da comissão de comunicação da Vila Resistência, Rusha, destaca a importância da escolinha na formação das crianças da Vila Resistência . “Desde 2019 buscamos uma educação atenta, humana e sensível, com o objetivo de formar sujeitos que conheçam sua história e não se tornem reprodutores de um sistema racista e desigual”, explica Rusha.
Para a artista, trata-se de uma busca por uma educação diversa e antirracista, reconhecendo que as escolas atuais não conseguem proporcionar uma formação direcionada para essa construção. “Nossas crianças sofrem no processo, tanto na escola como no sistema como um todo, mas dentro da escola há todo esse preconceito por morar em ocupação, então tem toda uma marginalização dessa identidade. Por isso, a ideia também foi muito focada nessa valorização do território, dessa identidade preta e identidade periférica, pensando nesse espaço para justamente potencializar nossas crianças”, comenta a moradora da Vila Resistência.
A escolinha comunitária não se limita às questões pedagógicas, busca ser um espaço de fortalecimento psicológico/mental, trabalhando inseguranças, medos e traumas. Localizada na Ocupação Vila Resistência, que completa 8 anos em 2024, a escolinha é parte integrante de um território que busca garantir direitos fundamentais e representatividade para as comunidades negras e periféricas. Além da educação, a ocupação abriga o Griô Ateliê, um espaço de arte e cultura, e o Circo sem teto, coletivo de artistas imigrantes.
Como ajudar?
O valor arrecadado será utilizado para mão de obra, material de construção, telhado, aberturas, banheiros, hidráulica e elétrica. Os interessados em contribuir podem acessar a página da campanha na plataforma de financiamento coletivo Catarse, ou as redes sociais Instagram e Facebook.
A Escolinha Comunitária representa não apenas um espaço de educação, mas um projeto de resistência, afeto e construção coletiva. A comunidade da Vila Resistência espera contar com o apoio da sociedade para transformar esse sonho em realidade, acreditando que a arte, cultura e educação são as pontes para a construção de um mundo mais justo e igualitário.
Texto: Karoline Rosa (jornalista)
Imagens: Ocupação Vila resistência
Assessoria de Imprensa da SEDUFSM