GT delibera rodada de assembleias sobre combate ao assédio nas Universidades
Publicada em
28/04/25
Atualizada em
28/04/25 14h45m
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Docentes da Sedufsm participaram do Seminário e reunião do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para as Questões Étnico-raciais, de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) que ocorreu de 23 a 27 de abril, em São Paulo

A reunião do Grupo de Trabalho de Políticas de Classe para as Questões Étnico-raciais , de Gênero e Diversidade Sexual (GTPCEGDS) ocorrida no domingo, 27 de abril, em São Paulo, tirou, entre as suas deliberações, que as seções sindicais realizem rodadas de assembleias – em datas a definir – sobre o protocolo de combate ao assédio nas Universidades. A diretora da Sedufsm, Neila Baldi, e o professor Júlio Quevedo (foto abaixo), integrantes do GT, estiveram presentes no evento.
As deliberações surgiram a partir das discussões do IV Seminário Integrado do GTPCEGDS, que foi realizado de 23 a 26 de abril (Veja abaixo as principais discussões do encontro). A reunião do GT começou com os informes. A direção nacional informou sobre as eleições, dias 7 e 8 de maio, e o calendário das reuniões de outros GTs, em maio.
A diretora da Sedufsm informou algumas ações da seção, como o debate sobre a política de gênero, em março, via artigo e proposição de pautas no site da Sedufsm. Da participação da seção no 8M em Santa Maria. E do seminário ‘Universidade que queremos’, com a reitora da Ufrgs, Márcia Barbosa, em 3 de abril, com a intenção de realizar outros dois, entre maio e julho, sobre gênero e diversidade e cuidados e carreira.
Posteriormente, o grupo fez a avaliação do seminário, e discutiu encaminhamentos para o 68º Conad do ANDES-SN, que vai ocorrer de 11 a 13 de julho, em Manaus. “Foi um encontro muito propositivo e que traz muitas questões que precisamos discutir e implantar nas nossas Universidades”, avaliou a diretora da Sedufsm, Neila Baldi.
Ela elenca algumas das deliberações do GT, como a necessidade de debate mais aprofundado a respeito do identitarismo e de como enfrentar as pautas anti-identitárias, de discussões sobre gênero e raça na educação básica, de se efetivar a implantação das leis das diversas cotas, de questões de carreira que toquem famílias atípicas, gênero e outras ações afirmativas.
Foi acordado, no encontro, a participação do ANDES-SN na Marcha das Mulheres Negras, a ser realizada em novembro, em Brasília. Deliberou-se ainda, a discussão, dentro do GT, nas seções sindicais, da implantação de ações relativas ao protocolo de combate ao assédio e, a partir disso, a realização de assembleias docentes com estas proposições. “Temos uma política de gênero dentro da UFSM, mas sabemos que ainda falta muito a se efetivar. Então, sabemos que é urgente uma discussão com a gestão da Universidade sobre esta temática, com ênfase na questão do assédio, que é uma das prioridades da nossa gestão, como elencado na nossa plataforma eleitoral e, mais recentemente, no nosso planejamento estratégico”, afirma Neila. Quanto a esta temática, uma das proposições do GT foi o estímulo à implantação de Ouvidorias Femininas nas instituições. Também se discutiu espaços de acolhimento infantil nas Universidades e o acompanhamento da implantação da lei das cotas raciais nas instituições, a partir de levantamento apresentado no seminário, de que muitas instituições não cumprem a legislação.
Como contribuição para as deliberações do GT, a diretora propôs que se estimule e se discuta ações afirmativas no desenvolvimento da carreira, que se aprofunde o debate sobre a necessidade ou não de cotas para mulheres em bolsas de produtividade e em espaços de poder das Universidades e que o protocolo de combate ao assédio seja encaminhado também para a Andifes e o Ministério da Educação.
IV Seminário Integrado do GTPCEGDS do ANDES-SN
Entre quinta e sábado ocorreu o IV Seminário Integrado do GTPCEGDS do Andes. No primeiro dia do encontro, um dos temas de discussão foi o surgimento de uma onda de produção intelectual anti-identitarismo e do avanço de financiamento de ações que convergem com a chamada "escola sem partido", com livros didáticos e privatização do ensino básico, a partir das explanações de Leandro Colling e Marina Campos. No segundo dia, debateu-se, entre outras questões, a violência de gênero, em que levantamentos mostram que 57 de 69 universidades federais têm denúncias de assédio sexual. Foi lançado o protocolo de combate ao assédio, cujo texto foi aprovado no 43º Congresso do Andes em Vitória (ES).
Neste dia, outro tema foi a questão da luta antirracista. "A Universidade é um lugar hostil", disse a professora indígena, Diádiney Helena de Almeida (UFRRJ). Debateu-se a necessidade de políticas de acolhimento para docentes que entram nas instituições, sobretudo cotistas.
No último dia do seminário as questões interseccionais permearam a discussão de carreira, sobretudo quanto a ações afirmativas para a carreira e de diversidade nas bancas de seleção, de avaliação e de comissões. Neste dia, a professora Ana Luísa de Oliveira (Univasf) apresentou pesquisa que aponta que muitas Universidades federais não cumprem a lei de cotas (veja relatório em https://observatorioopara.com.br/2025/01/27/relatorio-baseado-em-evidencias-a-implementacao-da-lei-no-12-990-2014-um-cenario-devastador-de-fraudes/).
À noite debateu-se questões relativas às mulheres na ciência, ascensão na carreira, financiamento de pesquisa, etc. O seminário contou com a participação de 35 seções sindicais. Da Sedufsm foram a diretora Neila Baldi e o professor Júlio Quevedo.
Edição de texto: Fritz R. Nunes com informações de Neila Baldi
Imagens: Arquivo pessoal e Eline Luz (ANDES-SN)
Assessoria de imprensa da Sedufsm