1º de Maio em Santa Maria defende dignidade no trabalho e denuncia retrocessos nos serviços públicos SVG: calendario Publicada em 01/05/25
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Ato na Praça Saldanha Marinho reuniu trabalhadoras e trabalhadores contra a reforma da Previdência municipal, a privatização da educação e a precarização das condições de trabalho

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Na manhã desta quinta-feira, 1º de maio, a Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria, foi palco do ato do Dia da Trabalhadora e do Trabalhador. Organizado pelo Fórum de Lutas em Defesa do Serviço Público, do qual a Sedufsm faz parte, o ato reuniu servidoras, servidores, movimentos sociais e sindicatos com o objetivo de reivindicar melhores condições de trabalho, denunciar medidas que atacam os serviços públicos e afirmar que é possível viver com dignidade — e não apenas trabalhar para sobreviver.

A concentração começou às 9h30 na Praça Saldanha Marinho, no centro de Santa Maria, com falas de dirigentes sindicais e vereadores em defesa do serviço público, da valorização das categorias e contra a retirada de direitos. A manifestação trouxe como eixo central a defesa de uma vida com mais tempo, saúde e dignidade — contrapondo-se à lógica exaustiva de exploração e retirada de direitos.

Desigualdade e precarização do trabalho têm cor e gênero - A diretora da Sedufsm, Neila Baldi, representando o sindicato nas manifestações que antecederam a marcha, pontuou a importância de pensarmos no orçamento público como forma de garantir a renda das servidoras e dos servidores, assim como a questão de raça e gênero nas desigualdades existentes dentro da própria classe trabalhadora: “A data de hoje é um momento para pensarmos em melhores condições de trabalho — não apenas para os servidores públicos e não apenas no apoio ao fim da escala 6x1. É também uma ocasião para refletirmos sobre a necessidade de redução dos juros, porque os juros altos tiram a renda do trabalhador, e pelo fim do sequestro do orçamento no Congresso Nacional”, reiterou Neila.

“A  Sedufsm se dirige especialmente às trabalhadoras da educação — do município, do estado e da UFSM. Quando criamos secretarias integradas, estamos precarizando o trabalho das servidoras. E o atual sistema de terceirização, majoritariamente composto por mulheres, exige que olhemos com atenção para as condições em que essas trabalhadoras estão inseridas. Quanto a nós, professoras, seguimos em luta. Lutamos contra a atual gestão que tentou mexer na nossa progressão. Reivindicamos, por meio do sindicato nacional, uma carreira docente que considere as questões de gênero, porque sabemos que a desigualdade tem cor e gênero. Nós, mulheres, não acendemos na universidade da mesma forma que os homens pois vivemos a tripla jornada de trabalho. Lembrar tudo isso é, também, lutar por melhores condições de trabalho”, reforçou a diretora da Sedufsm.

Servidoras e servidores municipais rejeitam reforma da Previdência de Rodrigo Décimo - Entre as principais pautas da mobilização esteve a denúncia à proposta de reforma da Previdência do prefeito de Santa Maria, Rodrigo Décimo (PSDB). A medida tem enfrentado ampla rejeição das e dos servidores municipais, especialmente do magistério, que está oficialmente em estado de greve desde 24 de abril.

A insatisfação da categoria decorre da condução do debate pelo governo municipal e da ausência de avanços nas negociações salariais e previdenciárias. O Sindicato dos Professores Municipais (Sinprosm) tem alertado para a falta de diálogo efetivo e transparente e para a precarização das escolas e das condições de trabalho das professoras e professores. 

Educação pública ameaçada no Rio Grande do Sul - O ato de 1º de maio também foi espaço de denúncia aos ataques promovidos pelo governo de Eduardo Leite (PSDB) à educação pública estadual. A política de privatização da educação, com iniciativas que transferem a gestão de escolas para organizações sociais, tem sido alvo de protestos por parte das comunidades escolares, professores e entidades sindicais.
Além disso, o governo estadual tem promovido mudanças na carreira do magistério e tentativas de reduzir investimentos na escola pública, o que impacta diretamente a qualidade do ensino e as condições de trabalho das e dos docentes estaduais.

A questão da educação como trabalho e como direito da classe trabalhadora foi bastante reiterada durante toda a manifestação. 

Trabalhadoras e trabalhadores exigem fim da jornada 6x1 - A luta por uma jornada de trabalho mais justa também ganhou destaque durante o 1º de maio. O fim do modelo 6x1 — seis dias trabalhados para apenas um de descanso — é uma das reivindicações do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que inspirou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP).

A proposta prevê uma jornada semanal de 36 horas distribuídas em quatro dias, permitindo maior tempo livre, descanso e convivência social. O tema vem ganhando apoio popular após viralizar nas redes sociais, quando o então balconista e hoje vereador Ricardo Azevedo denunciou as condições extenuantes de sua rotina de trabalho. A equipe da Sedufsm produziu, no final do ano passado, uma reportagem especial sobre a questão do fim da escala 6x1.

Na época, atos reivindicando jornadas mais humanas e melhores condições de vida além do trabalho eclodiram em todo o país, inclusive em Santa Maria. Leia a reportagem aqui.  

A tônica do 1º de maio em Santa Maria reivindicou a vida para além do trabalho, a importância de condições dignas e jornadas mais humanizadas. 

Contra a precarização e as privatizações - A manifestação em Santa Maria também expressou solidariedade às trabalhadoras e trabalhadores de aplicativos, que enfrentam condições precárias e falta de direitos trabalhistas. Além disso, a luta contra a privatização da Corsan e sua entrega à empresa Aegea foi reafirmada como uma bandeira central das entidades presentes no ato.

Com a união de diferentes categorias e movimentos, o 1º de Maio em Santa Maria reforçou que os direitos trabalhistas, os serviços públicos e a dignidade da classe trabalhadora devem ser prioridades na agenda de lutas. Participaram do ato as entidades que compõem o Fórum de Lutas em Defesa dos Serviços Públicos de Santa Maria, a Sedufsm, Assufsm, Sinprosm, CPERS, DCE UFSM, coletivos de estudantes e movimentos sociais. representantes de centrais sindicais e partidos de esquerda.

 

Texto: Nathália Costa
Imagens: Nathália Costa
Assessoria de Imprensa da Sedufsm

 

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