Mobilização docente marca Semana de Lutas contra a Reforma Administrativa
Publicada em
29/09/25
Atualizada em
29/09/25 17h00m
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Entre 22 e 27 de setembro, atividades em Brasília e Santa Maria reforçaram o alerta sobre os impactos da proposta nos serviços públicos essenciais. Ações seguem em outubro.

Na semana passada, entre os dias 22 e 27 de setembro, docentes da Sedufsm estiveram envolvidos em uma série de ações da campanha nacional contra a proposta da Reforma Administrativa. A chamada Semana Unificada de Lutas reuniu atividades em Brasília e em Santa Maria, com o objetivo de denunciar os retrocessos que o projeto de reforma representa para o funcionalismo e, sobretudo, para toda a população que depende dos serviços públicos (principalmente em setores como saúde, educação e segurança pública).
A delegação da Sedufsm integrou as ações na capital federal desde a segunda-feira (22 de setembro). A programação começou com um debate sobre os ataques às universidades públicas e seguiu, no dia 23, com panfletagem no aeroporto de Brasília. Na quarta-feira (24), o foco esteve na Câmara dos Deputados, com ato público, visitas a gabinetes e participação em audiência, ocasião em que o ANDES-SN entregou carta às e aos parlamentares reafirmando a posição contrária à reforma. Os dias 25 e 26 foram dedicados a reuniões do Setor das Federais do sindicato nacional, com avaliação de conjuntura e encaminhamentos para o próximo mês, incluindo a construção de uma marcha em Brasília no dia 29 de outubro.
Em Santa Maria, a mobilização ganhou força no Descubra UFSM, realizado entre os dias 25 e 27. Durante o evento, diretoras e diretores da Sedufsm dialogaram com docentes, estudantes e comunidade externa, distribuindo materiais informativos sobre os riscos da proposta. A atividade complementou as ações já realizadas em setembro pela Frente Única do Serviço Público de Santa Maria, da qual a Sedufsm faz parte, que organizou atos no centro da cidade e no Hospital Universitário. O trabalho com os sindicatos que integram a Frente seguirá agora em outubro e também avalia intensificação da mobilização, principalmente junto à população usuária dos serviços públicos.
Para a direção da Sedufsm, a Semana Unificada de Lutas mostrou que a resistência precisa se manter ativa e ampliada. O presidente da Sedufsm, professor Everton Picolotto, atesta que a mobilização contra a reforma é fundamental. “É uma oportunidade de mostrar que não é apenas quem trabalha no serviço público que será afetado, mas toda a população, que depende dos serviços que serão atacados e precarizados.” Ele também reforça que os argumentos favoráveis à reforma não se sustentam. “Enquanto o Brasil destina 13% do PIB para os serviços públicos, os países da OCDE aportam 17%. O serviço público brasileiro já é insuficiente para as dimensões do país, e a reforma só agravará essa situação.”
“[...] Nós aproveitamos essa oportunidade para sensibilizar as e os docentes para a necessidade de se manterem mobilizados no enfrentamento dessa proposta da Reforma Administrativa, pois embora nós não saibamos ao certo o texto que vai ser colocado em discussão na Câmara, pelas falas das pessoas envolvidas podemos perceber que essas definições vão impactar diretamente o cotidiano de nossas vidas”, disse a diretora Belkis Bandeira, exemplificando a possibilidade, que deve ser trazida pela reforma, de aumento do tempo de contratação temporária de servidores, que poderá chegar a cinco anos. Isso, explica Belkis, tende a reduzir significativamente as vagas em concursos para servidores docentes e técnico-administrativos em educação efetivos. “É uma reforma que vai precarizar os serviços oferecidos à comunidade num sentido bastante amplo e contundente”, enfatiza a diretora.
Com a agenda concluída, o movimento docente volta suas energias para o próximo período. Entre os encaminhamentos definidos em Brasília ao final da Semana de Lutas, está a realização de assembleias locais até 16 de outubro, para deliberar sobre paralisação e garantir a participação massiva da categoria na marcha do dia 29 na capital federal. Além da diretora da Sedufsm, Neila Baldi, estavam na reunião os docentes Hugo Blois Filho, Júlio Quevedo e Gihad Mohamad e a docente Maristela Souza, que compunham a delegação da Sedufsm durante a semana de lutas.
Encaminhamentos para o próximo período:
- Rodada de assembleias de 1 a 16 de outubro para paralisação dias 29 e 30 de outubro;
- Marcha em Brasília dia 29;
- Seções sindicais se incorporem às ações às terças, no aeroporto, e quartas, no Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasília, além de realizar ações neste sentido também nos estados;
- Mapeamento dos deputados e senadores contrários à reforma;
- Campanha nas mídias, com mote Congresso inimigo do povo;
- Intensificar audiências públicas nas assembleias estaduais ou câmara municipais sobre a Reforma Administrativa;
- Fortalecer ou reativar os fóruns de servidores/as nos estados;
- Intensificar trabalho de base contra a reforma administrativa;
- Convocar nova reunião conjunta, pós-marcha;
- Moções nos conselhos superiores das Instituições de Ensino Superior contra a reforma administrativa;
- Convocar a Comissão Nacional de Mobilização;
- Reuniões das regionais para organizar o ato do dia 29 em Brasília.
Texto: Nathália Costa (com informações de Bruna Homrich, Neila Baldi e Fritz Nunes)
Imagens: Bruna Homrich, Fritz Nunes e Arquivo ANDES-SN
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
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