Música, diálogo e mobilização marcam acolhimento docente nos campi de Frederico e Palmeira SVG: calendario Publicada em 20/10/25
SVG: atualizacao Atualizada em 20/10/25 18h59m
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Apresentação do grupo Oficina de Música e entrega de materiais sobre a Reforma Administrativa celebraram os 19 anos das unidades da UFSM no noroeste do estado

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“Vou voltar na primavera
E era tudo o que eu queria
Levo terra nova daqui”

Nem mesmo o mau tempo espantou o público que aos poucos se acomodava no hall de entrada do prédio principal da UFSM em Frederico Westphalen. Os primeiros acordes ecoavam pelos corredores e atraíam os curiosos que ainda não sabiam da novidade. Aos poucos, o burburinho se intensificou e alunos, docentes, técnicos e até a cachorrinha de estimação do campus, a Gabi, apareceram para acompanhar o som.

Na manhã de quinta-feira, 16 de outubro, a Sedufsm levou arte e acolhimento para celebrar os 19 anos dos campi de Frederico Westphalen e Palmeira das Missões. O presente de aniversário chegou em forma de música e diálogo, com as apresentações do grupo Oficina de Música: a primeira às 10h, em Frederico, e a segunda às 15h, em Palmeira. 
Formado pelo professor sindicalizado e músico Daniel Morales (piano) e pelos músicos Igor Fuchs (contrabaixo), Gabriel Jardim Pinto (violão) e Luiza Gomes (voz), o grupo interpretou canções conhecidas do público, como Maria, Maria, Vira Virou, Merceditas e Todo Cambia.

O repertório percorreu o cancioneiro latino-americano, mesclando tango, candombe, chamamé e bolero. A música, carregada de poesia e resistência, ecoou com sensibilidade pelas paredes das universidades, convidando a todos a pensar sobre a vida, a liberdade e o futuro que desejamos construir. Morales, entre uma canção e outra, reforçou a importância do sindicato para sua trajetória: sindicalizar-se, de acordo com o professor, foi a primeira atitude que tomou ao ingressar na UFSM). O músico, recentemente aposentado de seu ofício como professor, reforçou a importância da organização coletiva como forma de verdadeiramente mobilizar e construir educação de qualidade e serviços públicos para toda a população. 

Em Frederico, professora se junta ao grupo para cantar Merceditas. Em Palmeira,  estudante de Zootecnia assume o microfone para interpretar canções regionais com as quais já foi premiado em festivais. As palmas seguiram os instrumentos, o coro do público se misturou às vozes dos músicos. O resultado foi uma verdadeira aula de música e coletividade, como se cada palma, cada voz, fosse também um gesto de pertencimento àquele espaço.

Além das vozes que cantavam, as vozes que mobilizavam. As diretoras Vania Paez (em Palmeira) e Fabiana Pereira (em Frederico), com o apoio do diretor Jadir Lemos (Santa Maria), durante as atividades de acolhimento e aniversário dos campi, distribuíram panfletos sobre sindicalização e materiais informativos a respeito da Reforma Administrativa. O momento cultural também foi de mobilização e reflexão sobre os riscos que a proposta representa ao serviço público e ao acesso da população a direitos fundamentais como educação, saúde e segurança.

 

Nas falas da diretoria da Sedufsm, ficou evidente que o discurso de “modernização” usado para justificar a Reforma oculta um projeto de desmonte das carreiras públicas e de precarização dos serviços oferecidos à sociedade. Exemplos como os campi de Frederico e Palmeira, que completam quase duas décadas de educação pública, gratuita e de qualidade, mostram o quanto instituições assim dependem do investimento e da valorização do serviço público, e o quanto estariam ameaçadas caso a Reforma fosse aprovada.

“Cambia el sol en su carrera
 Cuando la noche subsiste
 Cambia la planta y se viste
 De verde en la primavera”

Ambas apresentações do grupo Oficina de Música se encerraram com Todo Cambia, composição de Julio Numhauser que fala sobre a impermanência e a esperança. A canção, escrita em meio ao exílio do poeta durante a ditadura chilena, simboliza a ideia de que a verdadeira mudança nasce da coletividade, da solidariedade e da luta compartilhada.

Foi com esse propósito que a Sedufsm encerrou a celebração: afirmando que a mudança que defende não é a da Reforma Administrativa, e sim a da transformação social construída coletivamente. Como no mote da campanha de sindicalização — Seja Sedufsm, transforme o mundo —, o sindicato lembrou que é na união e na ação coletiva que se faz o futuro.

O parabéns aos campi, assim como o alerta sobre a Reforma, foram entoados juntos. A melodia do grupo e as vozes da comunidade ecoaram pelos corredores das universidades recém-aniversariantes, celebrando seus 19 anos com o desejo de que tudo mude e se transforme, mas sempre pela educação pública e pela coletividade.

*Estrofes de Vira Virou, dos músicos Kleiton e Kledir, e de Todo Cambia, de Julio Numhauser, conhecida também na voz de Mercedes Sosa. 

Texto e fotos: Nathália Costa
Assessoria de Imprensa da Sedufsm 

 

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