Crise na saúde pública de Santa Maria em debate nesta sexta, 18 de março
Publicada em
Atualizada em
17/03/22 17h38m
937 Visualizações
Superlotação do Husm e abertura plena do Hospital Regional serão tema de audiência na Câmara de Vereadores, às 14h30
Nesta sexta, 16 de março, às 14h30, a Câmara de Vereadores de Santa Maria sedia uma audiência pública para discutir a crise na saúde pública da cidade. A proposição é da Assembleia Legislativa do RS, que através de seu presidente, deputado Valdeci Oliveira (PT), esteve no início desta semana fechando o apoio ao evento por parte de outras entidades locais, entre elas, o Conselho Municipal de Saúde e o próprio Legislativo santa-mariense.
O elemento fulcral desse debate é a superlotação do principal hospital público da região centro, o Hospital Universitário (Husm), que na última quinta, dia 10, fechou o Pronto-Socorro (PS). O fechamento, conforme a gerência da instituição, será mantido até que o governo estadual, que é o responsável pela regulação dos leitos, providencie leitos clínicos de retaguarda em hospitais da região.
Paralelamente à crise vivenciada pelo Husm, as forças políticas em conjunto com entidades que defendem o Sistema Único de Saúde (SUS), reivindicam a abertura definitiva do Hospital Regional, que é vinculado ao governo estadual.
O deputado petista afirma que “é inaceitável que o Hospital Regional siga com inúmeros leitos fechados enquanto o Husm transborda de pacientes”. E acrescenta: “Urgentemente, é preciso que sejam apontadas alternativas para contornar essa grave situação. Qual cidade e qual região não gostariam de contar com um Hospital Regional como o de Santa Maria? Mas é preciso que essa estrutura funcione a pleno”, frisa Oliveira.
Reunião em Santa Maria para tratar da audiência pública que ocorre nesta sexta, 18 de março
Medida recorrente
Segundo a nota divulgada pela Empresa de Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), órgão federal ao qual é vinculado o Husm, a superlotação no Pronto-Socorro do Husm é recorrente. “Somente no ano passado, foram decretados 31 fechamentos temporários, visando normalizar o serviço. Isso porque, o PS está dimensionado – espaço físico, equipamentos e equipe assistencial – para 23 leitos de retaguarda e 6 leitos para receber e estabilizar casos de emergência, mas tem trabalhado acima do dobro da sua capacidade”, diz o informativo.
Ainda conforme a assessoria da Ebserh, o mês de março tem sido um mês atípico nos atendimentos, com taxa de ocupação de 91% (quando a média deve ser de 85% e a máxima de 90%). Isso porque, com a redução dos casos de Covid-19, houve o aumento das demandas represadas das outras doenças.
De acordo com a gerente de Atenção à Saúde, Soeli Guerra, o Pronto-Socorro é apenas porta de entrada de pacientes. “Menos de 2% do total de internações mensais do Husm vai para outros hospitais. Os outros 98% ficam no Husm. Um serviço que deveria atender alta complexidade (urgência e emergência) e segue realizando atendimentos de média, como cirurgias de apendicites, cálculo na vesícula, tratamentos clínicos para osteomielite, pneumonias, dentre outros”, destaca ela.
A diretora Técnica do Hospital, Marinez Casarotto, afirma que o Pronto-Socorro “continuará fechado, enquanto a gestão busca alternativas com o Estado para resolver a superlotação”. Segundo a Ebserh, desde a última segunda-feira (14), mais de 20 pacientes do Husm foram inseridos no Gerint (Gerenciamento de Internações) aguardando leitos. “Todos eles são pacientes que estão ocupando leitos extras nas UTIs Neonatal, Adulto e Pronto-Socorro”, destaca Marinez.
Texto: Fritz R. Nunes com informações da Assembleia Legislativa e Ebserh
Fotos: AL/RS e Ebserh
Assessoria de imprensa da Sedufsm