Pesquisador explica o socialismo com “cara chinesa” SVG: calendario Publicada em 21/07/22
SVG: atualizacao Atualizada em 21/07/22 18h46m
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Elias Jabbour, especialista em China, foi entrevistado no Ponto de Pauta

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Elias Jabbour foi o entrevistado na edição 58 do Ponto de Pauta

O que seria o Socialismo do século XXI? Para o professor de Economia da Universidade Estadual do Rio (UERJ), Elias Jabbour, é um tipo de socialismo com a “cara chinesa”. A explicação foi dada por ele durante entrevista ao programa Ponto de Pauta, da Sedufsm, na edição número 58, e que já foi ao ar pelas redes sociais e encontra-se no Youtube conforme publicamos ao final desse texto. Jabbour esteve em Santa Maria no dia 4 de julho para uma palestra-debate sobre esse tema, que ocorreu no Auditório Sérgio Pires, tendo a seção sindical como uma das promotoras.

E o que seria essa cara chinesa de Socialismo? Para o pesquisador da UERJ, onde leciona também no curso de pós-graduação em Economia e no de Relações Internacionais, é um modelo com características próprias, em que há um predomínio da propriedade pública dos meios de produção, mas que convive com outras formas de produção, tendo economia de mercado, formas cooperativadas, pequena produção mercantil, além de outras formas capitalistas de propriedade.

Contudo, argumenta Jabbour, apesar dessa mescla, a síntese do modelo chinês aponta para uma direção socializante. “É um país socialista, mas que faz parte da economia mundial capitalista, diferente da URSS, por exemplo”. O economista cita alguns dados para demonstrar a predominância do aparelho estatal frente à iniciativa privada. Segundo ele, a China possui um núcleo do seu processo produtivo e financeiro que contém 96 conglomerados empresariais estatais, responsáveis por coordenar os setores estratégicos da economia. Ele vê uma certa similaridade desse núcleo de estatais com a Petrobras brasileira. Além disso, acrescenta, são cerca de 30 bancos de desenvolvimento de longo prazo, que, por sua vez, lembram o estilo do BNDES no Brasil.

Na visão de Elias Jabbour, o que se desenrola em território chinês é “diferente de qualquer outro país capitalista”. Avançando para o aspecto político, o professor destaca ainda que a China pode ser vista como uma “democracia não liberal”, comandada por um partido político comunista. Para ele, o que existe é um bloco histórico que comanda o país desde 1949, mas, não é uma “elite capitalista”. Daí, porque, no conceito que ele vislumbra, o país tem um socialismo peculiar e, frisa ele, “hi-tech”.

Ameaça comunista

Durante a entrevista, uma das questões levantadas a Jabbour remeteu ao tema que sempre perpassa os noticiários em tempos de governo Bolsonaro, que é o resgate do fantasma da ameaça comunista. Para o pesquisador, a grande ameaça ao Brasil não passa pela China, mas sim pelo próprio governo bolsonarista.

Quando se fala em ameaça à paz mundial, destaca ele, esse papel quem estaria cumprindo na atualidade é a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Na visão do docente, a China não tem um histórico militarista, de invasão a outros países. “Ouvir falar em ameaça comunista chega a ser chocante”, ironiza.

Para Elias Jabbour, autor de “China, o socialismo do século XXI”, juntamente com Alberto Gabriele, obra que foi autografada em sua passagem pela UFSM, a estratégia daquele país milenar é uma só: conseguir fazer com que mais de 1 bilhão de pessoas sigam sobrevivendo.

Texto: Fritz R. Nunes
Imagem: Italo de Paula
Assessoria de imprensa da Sedufsm

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