Debate reitoria da UFSM: Chapa 1 responde questões da Sedufsm e de docentes SVG: calendario Publicada em 24/06/25
SVG: atualizacao Atualizada em 24/06/25 17h33m
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Com a Chapa 2 ausente, Felipe Müller respondeu perguntas sobre temas como reforma administrativa, progressões e promoções, entre outros

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Debate com a presença da chapa 1 aconteceu no Auditório Suze Scalcon da Sedufsm

 

A Sedufsm realizou na noite desta segunda, 23 de junho, a dois dias da Pesquisa de Opinião à Reitoria da UFSM, um debate com o candidato da chapa 1 (“UFSM mais acolhedora”), professor Felipe Müller, que foi transmitido pelo Youtube. A ideia era que houvesse um confronto de ideias entre as chapas, respeitando o espírito da disputa democrática, mas a 2, que é liderada pela professora Martha Adaime, recusou o convite. Sendo assim, Müller respondeu a perguntas elaboradas pela diretoria da Sedufsm, outras que foram encaminhadas por docentes da instituição, mas que tiveram anonimato garantido.

O bloco de perguntas entre as chapas foi suprimido em função da ausência da chapa 2, que tentou impor condições a sua participação (ler mais abaixo), sendo que, uma das exigências, era a retirada do espaço para as perguntas elaboradas pelo sindicato. As questões respondidas por Felipe Müller trataram de temas diversos, como a reforma administrativa interna da UFSM, a situação de progressões e promoções, melhorias de infraestrutura, produtivismo, entre outros pontos.

O evento, que teve tradução em linguagem de Libras feita por Rosana Cezar e Juliana de Lima e a mediação do jornalista André Campos, iniciou com o bloco em que o candidato fez as suas considerações iniciais, depois passando para as questões elaboradas pela diretoria, que totalizaram três, e mais as seis questões sorteadas com paridade de gênero do total de 16 enviadas por docentes através de formulário divulgado pelas redes sociais. O último bloco foi destinado às considerações finais.

A primeira questão respondida pelo candidato da chapa 1 foi elaborada pela Sedufsm, abordou a questão das tentativas da atual gestão da UFSM de alterar progressões e promoções, as mudanças na carreira a partir da greve de 2024, e perguntou objetivamente como a chapa 1, caso eleita, poderia tornar transparente e participativo à categoria os processos institucionais de formulação ou atualização de resoluções para promoção e progressão na carreira, incluindo o debate sobre a indicação e pontuação dos encargos docentes. Na mesma questão, questionou qual seria a política adotada em relação ao regime jurídico único (RJU) para o preenchimento de novas vagas docentes, considerando a garantia da estabilidade, a qualidade do serviço público, e a valorização da carreira docente.

Felipe Müller respondeu dizendo ser crítico ao “bombardeio” de minutas pouco favoráveis à categoria docente, pelo fato de contribuírem para o acirramento do “produtivismo”. Para ele, qualquer alteração precisa passar por uma “construção coletiva”, ouvindo a comunidade e os órgãos representativos de classe e desburocratizando alguns processos dentro da instituição, usando o “currículo lattes” como um documento válido e, que, portanto, deve ser valorizado, minimizando a “monstruosidade” de documentos que hoje são exigidos. Defendeu também que os interstícios para progressão sejam decididos pela categoria e, que na hora de progressão a Titular, possa escolher qual trilha prioritária para ser avaliado (ensino, pesquisa, extensão ou gestão), pois, no entendimento dele, não há como ser “excelência” em tudo.

Em relação aos encargos docentes, disse que seu pensamento tem similaridade aos argumentos anteriores. Segundo Müller, há muita particularidade em cada um dos centros de ensino e isso precisa ser levado em conta. No que se refere ao RJU e à política de reposição de vagas, o candidato defendeu que a reposição deva ser feita na origem. E, sobre novas vagas, argumentou que é preciso discutir critérios com todos os envolvidos, não apenas impor critérios ou guardar vagas.

Adoecimento docente

A segunda pergunta da diretoria da Sedufsm à chapa 1 citou reportagem publicada no site da seção sindical que tratou de números fornecidos pela Progep UFSM sobre afastamento de docentes relacionado ao processo de adoecimento. A pergunta relacionou-se a ações de uma futura gestão de Felipe Müller em relação a esses problemas, tendo em vista que, uma enquete nacional realizada pelo ANDES-SN apontaria para a lógica produtivista como uma das causas desse aumento das enfermidades.

Ao responder sobre que ações para evitar essa problemática, Felipe Müller diz, em primeiro lugar, que não se pode ter uma gestão da universidade que torne a realidade do/a docente ainda pior. Reafirmou proposta que já tem difundido em sua campanha, que é a implantação de um Centro de Apoio Psicossocial (CAPS), nível 3,  que é definido como um serviço de saúde mental que oferece atendimento contínuo (24h, sete dias por semana), incluindo acolhimento noturno, para pessoas com sofrimento psíquico grave e persistente, inclusive relacionado ao uso de álcool e outras drogas.

Todavia, o candidato complementou sua fala dizendo que sua política de gestão não se resume a isso, tendo em vista que as causas desse problema são amplas. O combate (ao adoecimento) se resolve, segundo ele, com diálogo, com a possibilidade de o/a docente ser valorizado/a em seus encargos, ou no trabalho de pesquisa, para que não se sinta pressionado a apresentar números. “Temos que olhar a realidade de cada local”, disse Müller. Ainda segundo ele, tem locais em que não é possível fazer uma “numerologia produtivista”.

Assédio

A terceira e última pergunta elaborada pela diretoria da Sedufsm questionou sobre qual seria a política de combate ao assédio por parte da chapa 1, tendo em vista que dados do Tribunal de Contas da União (TCU) mostram que 60% das universidades federais brasileiras não possuem políticas adequadas de combate ao assédio.

Felipe Müller iniciou sua resposta enfatizando que não se pode tolerar qualquer tipo de assédio, seja o sexual ou o moral. Falou ainda que não se pode “naturalizar crimes” como violência contra a mulher, o racismo ou a lgbtfobia. Para ajudar a combater essas condutas, bem como para auxiliar em um processo que não seja somente de punição, mas também de educação, que ele defende a criação de uma pró-reitoria de Ações Afirmativas e Equidade, que teria o papel de unificar ações de entidades que hoje estariam isoladas, citando como exemplo, Neabi, Liga Yandê, Casa Verônica. Defendeu também uma “ouvidoria sensível”, atrelada a esse novo entendimento sobre o combate a assédios, racismos, entre outros.

Perguntas de docentes

No bloco destinado a perguntas de docentes, o candidato da chapa 1 respondeu seis perguntas, que obedeceram ao critério de paridade (masculino e feminino). Os/as autores/as das questões foram mantidos anônimos para evitar, futuramente, qualquer ameaça de retaliação. Dentre os temas trazidos pela categoria, destacaram questionamentos sobre reformas nas casas de estudantes, no Restaurante Universitário, ações sobre a coleta seletiva de resíduos, debate sobre os planos diretores dos campi, reforma administrativa e curricularização da extensão universitária.

Em uma das questões foi perguntado sobre a compreensão da chapa 1 em relação à reforma administrativa dentro da UFSM, se haveria alguma relação entre essas mudanças e a sobrecarga de trabalho dos/as docentes que ocupam cargos de coordenação e chefia e, se, pretenderia intensificar ou revisar algumas dessas alterações.

Para Felipe Müller, essas mudanças internas estão, sim, relacionadas ao excesso de trabalho de coordenadores/as de curso e de chefias. A unificação de secretarias, avalia ele, veio com a intenção de melhorar a força de trabalho e implantar o plano de gestão e desempenho, que “é uma coisa boa para os servidores”. Contudo, ressalta o professor, ela precisa ser bem organizada para que a força de trabalho não seja diminuída em função da unificação das secretarias e os/as docentes tenham a possibilidade de entender melhor o processo. “Hoje, nós perdemos a referência das secretarias, tanto alunos como docentes”.

O ideal, defende Müller, é que pelo menos na pós-graduação se pudesse ter um/a servidor/a dedicado a cada Programa. O candidato também disse que é necessário ouvir as pessoas e deixa uma reflexão, se seria o caso de realizar uma reforma acadêmico-administrativa, na medida em que a proposta da “badalada” estatuinte não foi concluída. Para o professor, é preciso discutir com a comunidade se haveria o entendimento de uma estruturação por faculdade e não por cursos e departamentos.

Também veio de docentes uma pergunta sobre haver um desafio para as universidades, desde 2024, com o fato de a extensão ter sido colocada no currículo da graduação, e nesse sentido, problematizou sobre de que forma a gestão da UFSM entende a articulação da extensão com o Plano Nacional de Educação (PNE).

Na avaliação do candidato da chapa 1, a curricularização da extensão é um grande desafio que precisa ser bem discutido. Para Müller, muitas instituições jogaram essa questão para os cursos e, segundo ele, é o que vem acontecendo na UFSM. Ele defende que é preciso trabalhar “fortemente com a comunidade”, levar a universidade até a sociedade. Entretanto, assinala, para que isso aconteça é preciso “ter ações institucionais”.

Após as perguntas formuladas por docentes, o último momento da atividade foi o das considerações finais, em que, mais uma vez, o candidato da chapa 1, Felipe Müller, agradeceu pelo evento promovido pela Sedufsm e lamentou que a outra chapa não tivesse comparecido.

Espaço democrático

Durante a abertura do encontro, que teve a mediação do jornalista André Campos, foi esclarecido que os convites para o debate, a ambas as chapas, ocorreram no dia 22 de maio. Já no dia 9 de junho, ocorreu a reunião para finalização das normas do debate, em que somente a chapa 1 compareceu. Finalmente, no dia 13 de junho, a chapa 2 enviou e-mail recusando participação na atividade.

No entanto, na sexta, 21 de junho, em meio a um feriadão, em que a Sedufsm não funcionava, a chapa 2 enviou mensagem se dispondo a participar do debate mediante duas exigências: 1- A retirada das questões que seriam apresentadas em nome da diretoria da Sedufsm; 2- E que a comissão arbitral, responsável por eventuais recursos durante o debate, tivesse três docentes da Comissão Especial. Diante desse pedido, houve uma nova reunião na tarde de segunda, 23, dia do debate, em que, desta vez a chapa 2 teve uma representação. Porém, diante de não haver consenso em relação às exigências, elas não foram aceitas e a chapa 2 confirmou que não participaria.

Apesar da ausência da chapa 2, o presidente da Sedufsm, professor Everton Picolotto, avaliou positivamente a realização do debate que, segundo ele, desde o momento inicial foi pensado como um espaço democrático em que ambas as chapas se colocariam para ouvir tanto questões da diretoria do sindicato como também de docentes da base da seção sindical.

Para concretizar esse espaço de democracia, foi contratada uma equipe para transmissão do evento, um mediador externo ao sindicato, e ainda realizadas reuniões em que foram montadas, mediante representação da Comissão Especial ad UFSM, da diretoria da seção sindical e da chapa que compareceu, a estrutura do debate. “Cumprimos o papel histórico de um sindicato, que é de promover um debate com o máximo de democracia. Agora, na quarta, dia 23, cabe à comunidade universitária dar o seu veredicto”, frisa Picolotto.

Além de Picolotto, outros integrantes da diretoria e do Conselho de Representantes da Sedufsm prestigiaram a atividade. O candidato a vice-reitor, professor Alessandro Dal’Col, diretor do CCR, também esteve acompanhando o debate. E, na sala da diretoria do sindicato, os/as integrantes da Comissão Arbitral estiveram atentos/as ao evento, transmitido pelo Youtube. Fizeram parte dessa Comissão, Marco Della Méa (pela Chapa 1), Emanuelle Somavila, Juan Balcazar e Loiva Chansis (pela Comissão Especial), e pela diretoria da Sedufsm, professores Cleder Fontana, Vânia Rey Paz e Belkis Bandeira.

Assista a íntegra do debate abaixo:

 

Texto: Fritz R. Nunes
Imagens: Foto (Fritz Nunes) e Frame (Jefferson Pinheiro)
Assessoria de imprensa da Sedufsm

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