60º Conad: plenária de conjuntura aponta tarefas ao ANDES-SN
Publicada em
13/08/15
Atualizada em
13/08/15 21h59m
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Espaço de debate encerrou o primeiro dia do Conad, que ocorre em Vitória (ES), até domingo

A tarde desta quinta-feira, 13, foi reservada para o debate de conjuntura no 60º Conad do ANDES-SN. Com o auditório do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) da UFES lotado, os docentes debateram o cenário político e as alternativas que se apresentam aos trabalhadores frente à situação de crise e às duras investidas do governo. De forma geral, as intervenções apontaram a necessidade de o ANDES-SN colocar-se junto à classe trabalhadora, numa perspectiva unitária de luta e tendo como foco central a defesa do caráter público da universidade.
Nesse sentido, o apontamento geral foi de que o lugar reservado à entidade não deve ser nem junto aos movimentos que pedem o impeachment de Dilma Rousseff – e que dialogam, diretamente, com o conservadorismo político, nem junto àqueles que visam proteger e maquiar o governo petista. O lugar do Sindicato Nacional deve ser junto aos trabalhadores, organizando suas lutas a partir da base e em conjunto com outras categorias.
Paulo Rizzo, presidente do ANDES-SN, acredita que vêm sendo feito esforços no sentido de reorganizar e unificar a luta dos trabalhadores na perspectiva da greve geral no país. “A possibilidade de saída da crise será, necessariamente, por meio da luta das massas trabalhadoras e da juventude do campo e da cidade. Temos de estar envolvidos nesse processo, aprofundando as lutas que estão em curso e organizando a nossa categoria. Estamos num momento de greve importante do setor das federais e temos como eixo principal a defesa do caráter público da universidade. É a forma com que nos propomos a enfrentar a crise do capital, a mercantilização e a privatização da educação”, afirma o dirigente.
Para ele, é necessário, ainda, um combate intenso contra o mascaramento da crise que vem sendo adotado na grande maioria das universidades federais. A campanha ‘Abre as contas, reitor (a)’ é, justamente, para mostrar que problemas escondidos não são resolvidos. “É no sentido de evidenciar os problemas para que possamos combatê-los”, conclui o presidente do ANDES-SN.
Já para o diretor da Adufrj, Cláudio Ribeiro, os ataques que a educação pública vem sofrendo foram corretamente previstos no Encontro Nacional de Educação (ENE) – evento que, para ele, deve ter continuidade e ser um dos focos do Sindicato Nacional no próximo período. “Estamos perdendo aquela noção simbólica de que educação pública é de melhor qualidade. Se não conseguirmos denunciar para a sociedade o desmonte da educação pública, estaremos cometendo um grande erro”, avalia o docente.
Ifes perdendo seu significado social
Se o problema residisse só nos cortes orquestrados pelo governo federal, a situação já seria, por si, caótica. Contudo, para a proefssora Marina Barbosa (UFJF), o momento é ainda mais delicado, pois vem comprometendo o significado social das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). “Estão se enquadrando num projeto que destitui, na relação capital-trabalho, a possibilidade de ação crítica e de constituição de alternativas da classe”, diz, ressaltando dois aspectos centrais na análise do período: a situação de crise econômica das universidades federais e o avanço brutal do conservadorismo como ordenador do projeto social em curso no país.
Linnesh Ramos, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), conta um pouco de como foi o processo de luta das universidades estaduais baianas, cujos docentes protagonizaram uma greve de quase 90 dias. “Lutamos contra os ajustes e o corte no orçamento. Chegamos num ponto alto do movimento que foi a ocupação da Secretaria de Educação do estado. Lá, o governo do PT mandou o chefe da polícia militar para negociar com os movimentos docente e estudantil. Fizemos a avaliação de quão importante foi a solidariedade dos outros movimentos conosco, que estávamos resistindo na defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade. A unidade foi fundamental”, avalia a docente.
E é essa unidade que Rosane Severo, professora do CESNORS em Frederico Westphalen, destaca como uma das tarefas a serem realizadas. “O papel da vanguarda é o de tentar ganhar os companheiros e companheiras para o movimento de greve”, aponta a integrante da delegação da Sedufsm do 60º Conad.
Texto e fotos: Bruna Homrich
Assessoria de Imprensa da Sedufsm
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